CEO da Agrosmart: ‘Técnica do trabalho pode ser aprendida, busco habilidades para o futuro’

Ter um perfil de aprendizagem, avançando para além da técnica, com tempo dedicado a projetos sociais, marketing digital e tecnologia, por exemplo, leva um profissional mais longe, porque são habilidades que apontam para o futuro do trabalho, avalia Mariana Vasconcelos, cofundadora e CEO da Agrosmart, startup voltada para a transição tecnológica do agronegócio.

Aos 32 anos, a empreendedora — especialista em agricultura digital e com nomeações como a de Jovem Líder Global pelo Fórum Econômico Mundial — é a entrevistada desta semana de Palavra de CEO, série do GLOBO do projeto Tem Que Ler, de conteúdos exclusivos para assinantes. E que mostra como líderes de empresas de diferentes portes, perfis e vocação enxergam o profissional ideal para mercado que está por vir.

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A administradora sublinha ter enfrentado, por ser mulher, desafios para colocar sua solução no mercado, ser respeitada e levantar investimento. E conta como lidou com retaliações num setor conservador ao promover debate sobre diversidade no mês do orgulho LGBTQIAP+. Ela diz que a vida é curta para se trabalhar com quem é chato, reforçando a importância da empresa ter um bom ambiente.

Para Mariana, à frente de uma startup que atua junto a mais de cem mil produtores na América Latina, eleger um sócio investidor “é igual a eleger marido”. Neste primeiro vídeo, de perguntas como “Remoto, presencial ou híbrido?”, ela fala dos desafios de ter empreendido tão jovem.

CONTRATAÇÃO IRRESISTÍVEL: “Quem desenvolveu habilidades para o futuro do trabalho, como projetos sociais, marketing digital, programação”

Eu gosto bastante de perfis de pessoas que têm uma experiência combinada, onde além daquilo que ela fez na tarefa, no cargo em específico, também desenvolveu habilidades que são requeridas para o futuro do trabalho, o que essa pessoa fez em termos de projetos sociais, marketing digital, ferramentas de programação.

Ou seja, como, além da caixinha, essa pessoa buscou se desenvolver em habilidades que vão contar para o futuro, porque eu acho que a técnica do trabalho pode ser aprendida e desenvolvida, mas esse perfil de aprendizagem, de pessoas que gostam de buscar novos conhecimentos, de explorar o que vai além do escopo, é interessante.

Eu sei que com essas habilidades esse profissional vai conseguir aprender e descobrir caminhos para a evolução do nosso negócio.

CRESCIMENTO PROFISSIONAL: “Investir, se familiarizar com ferramentas de IA, incorporá-las em rotinas de trabalho”

Vamos falar de inteligência artificial. Para alguém que está começando a trabalhar é essencial aprender e se familiarizar com ferramentas, independente da área em que a pessoa atua, porque essa ferramenta, como a inteligência artificial generativa, o ChatGPT, por exemplo, vai criar um gap (lacuna) muito grande entre quem usa e quem não usa.

Eu recomendaria investirem, se familiarizarem com essas ferramentas, incorporá-las nas rotinas de trabalho. Quanto mais essas pessoas desenvolverem essas habilidades, de saber programar, de saber fazer análise de dados, eu acho que tudo isso é rico para qualquer área de trabalho.

TIME DE SUCESSO: “Fundamental para o convencimento na hora de trazer pessoas é estar conectado com propósito”

Tivemos vários casos de pessoas que fizeram carreira em multinacional, chegaram a cargos de bastante sonoridade e resolveram vir trabalhar em uma startup. E o principal fator que incentiva essa mudança está conectado com propósito.

Às vezes, (a pessoa diz:) “eu sempre performei, fiz aqui uma carreira, mas algo falta em mim, eu queria deixar um impacto maior para o mundo”. Eu acho que é buscar essa conexão com o que alimenta aquele ser humano, além daquele profissional, e buscar empresas que eventualmente estão endereçando essa dor.

A agricultura tem muitas (pessoas que pensam) “eu quero me conectar com a natureza”, “eu quero gerar um impacto no meio ambiente maior”, “eu quero garantir a segurança alimentar”. Isso foi fundamental até para o meu convencimento para trazer essas pessoas para nossa equipe, de como que a gente transfere aquela experiência de um cenário mais estruturado para um que é muito mais dinâmico, ágil, mas que eu sei que vai conseguir se encaixar através desse propósito.

DIVERSIDADE: “Permite entender um problema por diversas lentes, e isso traz soluções mais ricas”

Tem que ser prioridade dentro das companhias. A diversidade permite ter melhor perspectiva de um problema, entender esse problema por diversas lentes, e isso traz soluções mais ricas. Tem que ser prioridade do time de gestão garantir que a composição da equipe traga diversidade de gênero, de etnia, racial, etária inclusive, para poder entender melhor.

Depois, é trazer educação, consciência, falar do assunto, introduzir a oportunidade de se trabalhar na diversidade no dia a dia do profissional. Porque existe, e a gente já passou por isso, gap geracional. E existe uma mudança de como cada pessoa enxerga a diversidade, as respostas. E trazer esse assunto à tona, incluindo as dúvidas e as inseguranças, é super importante para a gente se conectar melhor como ser humano. A gente buscou compor a nossa equipe tendo isso como um valor.

Eu sofri muitos desafios como mulher na liderança para conseguir introduzir a minha solução no mercado, para ser respeitada, para levantar investimento. E a gente tenta colocar isso em evidência dentro da nossa equipe para reforçar que existe o espaço, que precisa tentar e ir dando espaço para outras minorias (em representação) dentro e fora da organização, para a gente trazer o tópico à tona.

A gente também aprendeu, e principalmente no agronegócio, quando trouxe alguns pontos de diversidade, como no mês do orgulho LGBTQIAP+. A gente sofreu muita retaliação dentro de um mercado tradicional e conservador. E sempre escolheu ser essa liderança que respeita, traz a discussão para dentro dos espaços que a gente convive.

COMO LIDAR COM CRISES: “Nessa hora, o foco é rei. Vão cair pratos. Tem que escolher que prato que vai cair”

A gente vem vivendo um momento de escassez de capital e que coloca muita pressão no nosso setor de tecnologia, que foi bastante afetado e no qual é momento de atenção e de dar um gás. Como que a gente direciona energia, foco da melhor maneira possível?

Nessa hora, o foco é rei. Vão cair pratos (numa alusão ao equilibrista rodando pratinhos). Tem que escolher que prato que vai cair, para onde que a gente vai direcionar energia para que a gente consiga o melhor resultado.

Importante saber quais os 20% de esforço que vão gerar 80% do resultado, além de que todo mundo esteja alinhado neste foco para a gente poder redistribuir o peso. Se é escassez, não tem recurso, não tem pessoas, como que a gente realiza as prioridades? Escolhe poucos focos para que todo mundo consiga direcionar a energia.

Eventualmente, no momento de escassez e crise, a gente vai ter que trabalhar com maior intensidade, mais horas. E aí é a hora mais importante de levantar a mão quando precisar parar. E descansar. Porque, se não descansar, não vai conseguir manter esse gás que a gente precisa. E há o efeito. Tem que tirar férias, sim. Tem que tirar lua de mel. A vida não para porque a gente está no momento de crise, de escassez. A comunicação é fundamental para que a gente trabalhe como uma equipe e não deixe o peso em uma pessoa só.

COMO ATRAIR INVESTIDORES: “Eleger um sócio é igual a eleger marido ou esposa. Como é o relacionamento quando as coisas estão difíceis?”

A prioridade é não pensar somente no recurso financeiro. Existe capital disponível e de diferentes frentes. E, além de no capital de investimento, na companhia, a gente precisa pensar o que essa pessoa traz para mesa, além do dinheiro.

O que essas pessoas trazem para mesa, do ponto de vista estratégico do negócio? Ele vai virar um cliente ou ele consegue ser um canal de aquisição de clientes no mercado, ele entende muito de uma tecnologia, de um produto que vai me trazer um diferencial competitivo no mercado. Isso é importante.

Mas também como ele é como pessoa. Eu gosto de conviver com essa pessoa? Existe essa energia, essa facilidade na comunicação, no diálogo, na convivência? O que que outros fundadores (de outros negócios) que foram investidos por essa empresa dizem? Como eles (os investidores) se comportam na hora que está difícil? Na hora que a gente tem uma crise?

Eleger um sócio é igual a eleger marido ou esposa. A gente vai conviver por um longo período de tempo. Como é o relacionamento quando as coisas estão difíceis? Como é a divisão de responsabilidades dentro de casa, do que cada um assume, performa? Quais são esses combinados? São reflexões importantes. Muito além do quanto de dinheiro alguém vai colocar numa empresa, é como que essa dinâmica de convivência vai acontecer e onde agrega valor para o desenvolvimento profissional e para a convivência pessoal.

PARA ATUAR NUMA AGRITECH: “O quanto essa pessoa já começou da jornada por si? A pessoa é curiosa? Ela testou a ferramenta?”

Quase toda empresa de tecnologia resolve um problema e, muitas vezes, esse problema não nasce na tecnologia. Ele nasce no dia a dia, na rotina. No caso da agricultura, no dia a dia do campo. Então, não precisa entender de tecnologia para trabalhar numa empresa de tecnologia. Precisa, talvez, entender do problema ou de uma área do conhecimento específica, seja agronômica, de marketing, de venda, em que vai trazer uma técnica que eventualmente possa ser digitalizada.

O que eu recomendo e é muito do que a gente faz, porque a gente tem muitas pessoas que vêm de empresas tradicionais do mercado de agronomia, de negócios, é que a gente acaba inserindo essa mentalidade de digitalização, de tecnologia em tudo que faz.

Minha dica para quem está começando e também sobre o que faz um candidato irresistível é: o quanto essa pessoa já começou da jornada por si? Não é necessário, mas a pessoa é curiosa? Ela testou a ferramenta? Ela tem algum projeto de hobby ali no dia a dia?

É muito importante que todas as áreas consigam adquirir a mentalidade, as ferramentas para ter uma produção de trabalho mais eficiente e com melhor qualidade. Mas não é um pré-requisito. Ela pode aprender no caminho.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: “Onde tem problema tem oportunidade. Existe um espaço enorme para inovação, para o desenvolvimento de negócios”

Se a gente enxerga isso como um problema, é importante entender que onde tem problema tem oportunidade. Existe um espaço enorme para inovação, para o desenvolvimento de negócios que são feitos de achar e resolver um problema. Existe muita oportunidade dentro do agro. É dos setores com bastante potencial de impacto.

Eu vejo o agronegócio, em específico com as mudanças climáticas, como parte da solução, porque ele é um dos poucos setores da economia que tem capacidade não só de mitigar as emissões, mas de absorver o carbono da atmosfera e de regenerar o meio ambiente.

Tem um papel nas emissões dos gases de efeito estufa que intensificam aquecimento global e isso precisa ser endereçado. E tem um papel porque depende do clima, já que grande parte da produção agrícola é a céu aberto. Se tem eventos climáticos extremos como vêm acontecendo, o agro é afetado, ele não produz. Isso é uma crise de redução alimentar. Então ele está ligado com o clima tanto na parte de investigação quanto de resiliência e adaptação. Precisa ser resiliente para produzir.

A necessidade de adoção de modelos de produção mais sustentáveis é muito importante. Mas isso não é uma punição, é uma oportunidade porque a natureza e o agro não são excludentes. Pelo contrário, o agro usa a natureza e pode regenerar e melhorar a natureza através da sua produção.

O agro tem um efeito líquido positivo e que não é só o de minimizar o efeito negativo. Sou muito otimista com esse potencial que nós temos como país de liderar essa transição e não só ajudar a resolver a crise climática, mas partir para um ponto melhor de regeneração e recuperação dos nossos ecossistemas. É possível produzir, ter renda e, ao mesmo tempo, proteger, recuperar e regenerar o nosso meio ambiente.

COMPETITIVIDADE: “A vida é muito curta para se trabalhar com quem é chato. Ser um bom lugar é um diferencial”

Ser um bom lugar para trabalhar, onde as pessoas consigam respeitar a sua própria versão e ser mais próximo da sua essência, é razão para estar e querer ficar (na empresa). Ser esse ambiente seguro muitas vezes é visto como um benefício, inclusive maior que a remuneração financeira. A geração mais jovem vem colocando cada vez mais essa qualidade (como destaque).

Esses dias, vi um meme na internet e que eu achei legal, que diz que a vida é muito curta para a gente trabalhar com quem é chato. Ter essa qualidade em que a gente se diverte no trabalho, convive com pessoas que são agradáveis e que a gente gosta é a cultura. E ela é muito importante para selecionar aqueles alinhamentos com quem a gente gosta de estar, o meio que a gente respeite os valores e as diferenças entre cada um, mas ainda assim se divirta. Isso é um diferencial combustível para atrair talento.

Sempre que a gente vê uma iniciativa, antes de sair fazendo, pergunta para nossa equipe se esse tipo de benefício, essa atividade os energiza. Esse diálogo entre o que esse time valoriza, entre um pacote de benefício de remuneração e de atividades é importante na hora de definir esse ambiente competitivo que vai atrair talentos.

TRABALHO E VIDA PESSOAL: “Exponho para o meu time os meus pais, o meu marido, as minhas dúvidas, minhas aflições pessoais”

Esse é um grande desafio da geração e principalmente para nós mulheres. Não tem resposta certa. O que eu recomendo e o que a gente trabalha é que cada um encontre esse equilíbrio, o que funciona para eles (colaboradores).

A maneira que eu encontrei é não ter separação da vida pessoal e da vida profissional. Eu trago a minha vida e a minha família para o meu trabalho e vice-versa. Então eu exponho para o meu time os meus pais, o meu marido, as minhas dúvidas, minhas aflições pessoais.

Eu tenho uma agenda: esse é o momento da família, esse é o da academia, esse é o da terapia. E se esse momento é 2h da tarde, 3h da tarde, não tem problema. A gente tem essa transparência de estar focado naquelas coisas que são importantes para o nosso equilíbrio pessoal naquele momento.

A minha resposta foi juntar tudo, e sou muito transparente quando estou priorizando a minha família, as minhas questões pessoais ou quando eu estou mais focada no trabalho.

TRABALHO E SAÚDE MENTAL: “Se quero chorar, eu choro. Se estou sendo vulnerável, todo mundo pode ser”

É prioridade. Eu começo com meu papel como liderança de ser vulnerável, de compartilhar o meu momento, a minha história, como eu estou me sentindo, para que as pessoas sintam segurança de que elas também podem (fazer isso).

Tem dias em que estou muito ansiosa. Se quero chorar, eu choro. Ou estou com dor de cabeça e vou cancelar as minhas reuniões. Busco trazer para minha equipe o que eu estou pensando e o que estou sentindo para mostrar que, se eu estou sendo vulnerável, todo mundo pode ser.

E a gente estimula o respeito aos próprios limites, muito mais do que uma regra e um espaço definido. Cada pessoa é diferente, tem um limite próprio do quanto pode trabalhar, do que a energiza ou desenergiza. É criar espaço seguro para que as pessoas possam ser quem elas são e respeitar o limite diferente de cada um. Formalmente, a gente também incentiva, através do nosso pacote de benefícios, a adesão à terapia, seja psicólogo, processos de coaching para ter esse acompanhamento constante.

Tem um espaço para a gente encontrar como respeitar o limite de cada um sem deixar de olhar o lado da empresa. Porque um desafio que temos como startup é que, diferentemente de uma grande organização, a gente às vezes tem um para cada função. Existe esse espírito de equipe que, muitas vezes, redistribui, se reorganiza temporariamente para conseguir apoiar a pessoa que está precisando naquele momento.

Tite x Carpini: jogo entre Flamengo e São Paulo é marcado por confronto de gerações no Maracanã

De tempos em tempos, é levantado o debate sobre a necessidade de novos treinadores aparecerem para refrescar ideias e táticas do futebol brasileiro. Em janeiro, o São Paulo contratou Thiago Carpini apostando em seu potencial, chegando para substituir Dorival Júnior após um 2023 de destaque à frente de Água Santa (SP) e Juventude. Poucos meses depois, porém, o segundo técnico mais jovem da Série A balança no cargo, e terá um desafio que pode ser determinante nesta noite, contra o Flamengo de Tite, no Maracanã. Do outro lado, um dos mais experientes do assunto no Brasil.

Aos 62 anos — segundo mais velho da Série A, atrás apenas de Ramón Díaz (64) —, o gaúcho Tite teve origem parecida, ao se destacar no Caxias (RS), onde foi campeão estadual, em 2000. Logo depois, a chegada a um gigante nacional, o Grêmio, rendeu os títulos da Copa do Brasil e do Estadual no ano seguinte. A sequência na década foi irregular, mas os trabalhos em Corinthians e seleção brasileira dispensam apresentações.

Vice-campeão paulista no ano passado com o Água Santa e vice da Série B no ano passado com o Juventude, Carpini começou bem no São Paulo, ao vencer a Supercopa do Brasil em cima do Palmeiras, nos pênaltis, após empate sem gols. Contudo, um título de caráter quase festivo conquistado em uma partida só já parece não fazer parte da memória tricolor.

Cargo em perigo

Após a eliminação precoce nas quartas de final do Campeonato Paulista, para o Novorizontino, e a derrota para o Fortaleza na estreia, um novo revés hoje pode significar sua demissão, já que a diretoria não sinaliza mais dar respaldo, e a torcida não poupou vaias no Morumbi. Tite não tem nada a ver com isso e traz o Flamengo em busca de sua segunda vitória, na sequência da estreia com triunfo sobre o Atlético-GO.

Porém, a equipe rubro-negra ainda precisa apresentar um desempenho que esteja à altura da qualidade do seu elenco. O título do Carioca contrasta com atuações abaixo da crítica no último jogo, e contra Millonarios-COL e Palestino-CHI, pela Libertadores.

O jogo contra o São Paulo será o primeiro de uma maratona difícil, que ainda terá Palmeiras, Bolívar, Botafogo e Bragantino. Principal treinador do país nos últimos anos, Tite tem uma carreira consolidada o suficiente para fazer ajustes. O treinador manda a campo praticamente o mesmo time que iniciou a partida em Goiânia, mas sem Viña, fora após ter sofrido um choque na cabeça.

Do outro lado, Carpini tenta estender seu tempo no primeiro grande desafio da carreira, mas parece cada vez mais isolado. Hoje, terá o desfalque de James Rodríguez, com dores musculares, mas Ferreira retorna.

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Aliados e adversários de Seif apostam no mesmo placar para julgamento de cassação

Tanto aliados quanto adversários do senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC) arriscam o mesmo placar para o julgamento que pode levar à cassação do parlamentar por abuso de poder econômico na campanha de 2022, marcado para esta terça-feira (16) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Dos dois lados, a previsão é a de que a análise do caso divida o plenário ao meio, com um resultado apertadíssimo de 4 a 3 – pela absolvição, no caso dos aliados de Seif, ou pela cassação, na conta dos adversários.

A dúvida é saber quem dará o voto decisivo para selar o resultado e em qual direção.

No mapeamento de votos dos dois lados a posição da vice-presidente do TSE, Cármen Lúcia, é considerada uma incógnita, o que a alçou ao posto de “fiel da balança”. A ministra será a terceira a votar no plenário, após se manifestarem o relator, Floriano Azevedo, e o ministro André Ramos Tavares.

Como Azevedo, Ramos Tavares e Cármen Lúcia votam em sequência, o início do julgamento já deve dar indicativos do resultado final, na avaliação de fontes que acompanham o caso de perto.

Já do lado conservador, Kassio, Raul e Isabel Gallotti indicaram que devem ir pela absolvição do parlamentar.

Como o ministro Alexandre de Moraes é tido como voto certo pela cassação, o lado para o qual Cármen pender deverá ser o vencedor.

Segundo a equipe da coluna apurou, Azevedo já compartilhou seu voto pela cassação com os colegas há alguns dias. No voto, ele defendeu também a convocação de novas eleições para definir quem fica com a vaga de Jorge Seif.

Os advogados de Raimundo Colombo, que ficou em segundo lugar na eleição para o Senado em 2022 e entrou com a ação na Justiça Eleitoral contra Seif, tentam emplacar a tese de que ele, o segundo colocado na disputa, é quem deveria assumir o cargo.

Na ação, a coligação de Colombo, formada por Patriota, PSD e União Brasil, diz que Seif deve ser cassado por supostamente usar a frota aérea da varejista Havan de Luciano Hang, além de sua equipe de funcionários, mobilizando a estrutura da empresa para alavancar a sua candidatura.

Azevedo e André Ramos Tavares são ministros da órbita do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que também costuma contar com o apoio de Cármen para prevalecer a sua posição em julgamentos no plenário.

Para interlocutores de Seif, Moraes fez questão de julgar a ação contra o senador bolsonarista antes de deixar a presidência do TSE, em 3 de junho, com o objetivo de deixar registrado o voto pela cassação.

Na prática, o julgamento deve escancarar as divisões internas da Corte, que atualmente se divide entre o “grupo de Moraes” e “ala conservadora”, mais próxima do bolsonarismo.

Conforme informou o blog, a correlação de forças no TSE será alterada a partir de junho, com o fim do mandato de Moraes, e a efetivação do conservador André Mendonça, hoje ministro substituto, na composição titular do tribunal.

A troca de Moraes por Mendonça deve produzir impactos em casos que devem ser julgados pelo TSE só no segundo semestre, como as ações contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por abuso de poder econômico, caixa 2 e uso indevido dos meios de comunicação nas eleições de 2022.

Na semana passada, Moro foi absolvido por 5 a 2 pelo TRE do Paraná. Seif também teve um cenário tranquilo no tribunal regional.

Em novembro do ano passado, o senador bolsonarista foi absolvido por unanimidade, pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), que concluiu não haver provas suficientes para caracterizar o abuso de poder econômico.

Seif tem mobilizado aliados no Senado para tentar impedir a cassação pelo TSE. Nos últimos dias, o senador não só procurou colegas para pedir apoio como pediu a eles para convencer ministros da corte eleitoral a votar contra sua cassação.

Os parlamentares estão também buscando magistrados de outras cortes e interlocutores dos ministros do TSE para pedir que saiam em defesa de Seif junto aos integrantes da corte, rechaçando as acusações e alegando que a ação contra ele é uma “injustiça”.

Seif saiu do pleito de 2022 com 1,48 milhão de votos, o equivalente a 39,79% dos votos válidos de Santa Catarina e mais do que a soma das votações do segundo colocado, Colombo (608 mil) e do terceiro, o ex-senador Dário Berger (605 mil).

À equipe da coluna, o senador bolsonarista já afirmou que, se for cassado pelo TSE, os eleitores catarinenses vão escolher outro conservador para o seu lugar. “Vão trocar seis por meia dúzia”, afirmou. O parlamentar nega as acusações.

Regulação da inteligência artificial no Brasil caminha a passos lentos

A discussão da regulamentação da inteligência artificial (IA) no país avança lentamente. Em março, países da União Europeia, bloco formado por 27 Estados, aprovaram a primeira lei global com regras amplas para uso e desenvolvimento da tecnologia. No Brasil, apesar das boas intenções em legislar, não há consenso sobre o tema, que ainda é uma folha em branco.

Se por um lado, os benefícios do avanço da tecnologia se fazem cada vez mais presentes no dia a dia, é preocupante o mau uso da ferramenta para fins criminosos. Para especialistas e congressistas ouvidos pelo Correio, a aprovação de normas gerais, além de prever o uso seguro da IA, deve se atentar aos direitos fundamentais, a não discriminação e a não reprodução de injustiças sociais, ao uso seguro atrelado ao desenvolvimentos científico e tecnológico e aos impactos da automação no mundo trabalhista.

No início deste mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o país terá uma regulamentação sobre o tema e que deverá ser lançada em junho, durante uma conferência nacional. O plano de uso da tecnologia está em fase de elaboração pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT). “Até lá (todos) estão desafiados a apresentar um projeto de IA para a gente não ter que copiar de outro país as coisas importantes que precisamos”, disse o petista. O intuito do chefe do Executivo é apresentar, durante discurso na abertura da 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, um projeto genuinamente brasileiro de IA.

Em março, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação e vice-presidente do CCT, Luciana Santos, apontou que a pasta já colocou sob revisão a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial e que o conselho vai apresentar um plano, com metas, objetivos e prazos a serem alcançados, incluindo desde investimentos em supercomputadores até a capacitação humana dentro do processo.

A deputada federal Nely Aquino (Podemos-MG), presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados, destaca que regulamentar a inteligência artificial no Brasil é crucial para estabelecer diretrizes éticas para o desenvolvimento, garantindo transparência e responsabilidade nas decisões algorítmicas.

“É importante assegurar que a IA respeite os direitos fundamentais, evitando discriminação e violações de privacidade, promover um ambiente propício à inovação, incentivando o desenvolvimento de tecnologias de forma responsável e sustentável. Regular a IA pode ajudar a mitigar o impacto da automação no mercado de trabalho, garantindo uma transição mais suave e oportunidades de capacitação para os trabalhadores afetados”, pontua.

O deputado federal Julio Cesar (Republicanos-DF), suplente da comissão, aponta, por sua vez, que o documento a ser criado deve prever, entre as diretrizes, temas como inclusão digital, inovação e pesquisa e segurança cibernética, além de questões específicas do período eleitoral.

“É fundamental promover programas que garantam a inclusão digital, proporcionando acesso a dispositivos e treinamento em habilidades digitais para todos os cidadãos, independentemente da localização ou da condição socioeconômica. Também é preciso incentivo ao desenvolvimento de pesquisa e inovação em tecnologia, visando impulsionar a economia digital e encontrar soluções tecnológicas para os desafios enfrentados pelo país.”

Além disso, o parlamentar reforça a implementação de políticas e medidas de segurança para proteger infraestruturas críticas e dados sensíveis e a privacidade dos cidadãos contra ameaças cibernéticas. Em relação à necessidade de legislação específica para as eleições, ele acrescenta que a regulamentação deveria abordar questões cruciais, como a proteção dos dados dos eleitores e a prevenção da disseminação de fake news e desinformação on-line, bem como garantir o uso ético e responsável da tecnologia durante as campanhas eleitorais.

“Essas medidas são essenciais para garantir eleições transparentes, seguras e justas, além de promover o acesso equitativo à tecnologia e à informação em toda a sociedade”, finaliza.

No Senado, a regulamentação da nova tecnologia está sendo proposta a partir do projeto de lei (PL) nº 2338 de 2023, de autoria do presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e está na Comissão Temporária Interna sobre Inteligência Artificial no Brasil.

Em carta aberta ao Congresso a respeito do Marco Regulatório da Inteligência Artificial no Brasil, entidades defendem que o assunto deve ser debatido “com alternativas de regulação para a tecnologia que estejam alinhadas com a experiência normativa brasileira”.

O documento pede que os congressistas observem o ordenamento jurídico brasileiro que já estabelece alguns direitos e deveres quanto ao uso de IA, considerando que a criação de novas legislações pode ser conflitante com as existentes, e que seja feita uma análise econômica dos impactos regulatórios.

Professor e advogado especializado em direito digital e proteção de dados, Fabricio Mota ressalta que o PL é fundamental para navegar nos desafios e oportunidades apresentados pela IA, destacando a importância de uma abordagem baseada em riscos e direitos. “Ele propõe a proibição de sistemas de IA de risco excessivo, reconhecendo que certas aplicações podem ameaçar os direitos fundamentais dos cidadãos e que, portanto, devem ser estritamente reguladas ou proibidas. Uma característica central do projeto é a categorização de sistemas de inteligência artifical considerados de alto risco, estabelecendo obrigações específicas sobre esses sistemas para proteger as pessoas afetadas por suas operações”, explica.

No aspecto de governança e transparência, a proposta ressalta a importância de avaliações de impacto algorítmico e de mecanismos de fiscalização para assegurar que as entidades que utilizam IA estejam em conformidade com a legislação proposta. Isso visa não apenas a proteção dos direitos individuais, mas a promoção de um ecossistema de inteligência artifical ético e transparente.

Para a eleição municipal de outubro deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem enfoque especial nas deepfakes. Bruna Borghi Tomé, sócia na área de direito eleitoral empresarial de TozziniFreire, ressalta que, com a dinamicidade da evolução tecnológica, é ideal que a eventual regulamentação estabeleça diretrizes gerais, sob pena de se tornar defasada com o tempo. “Também é importante considerar e manter compatibilidade com outros normativos que incidem na discussão como, por exemplo, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados.”

Este ano, o TSE já divulgou o texto alterado das resoluções, prevendo, entre outros, que os chatbots não podem simular um diálogo direto com a pessoa do candidato(a) ou com outra pessoa real; os conteúdos editados com uso de recurso de IA para além de ajustes de qualidade, produção de elementos gráficos de identidade visual ou recursos de marketing costumeiro, necessariamente precisam apresentar uma rotulagem ou uma indicação de que houve utilização dessa tecnologia e os chamados “deep fakes” de vídeo e áudio estão expressamente proibidos.

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De volta à estaca zero com 7º treinador em 2 anos de SAF, Botafogo e Cruzeiro estreiam no Brasileiro

A trajetória do Botafogo no Brasileirão começará num confronto entre equipes que voltaram à estaca zero a esta altura da temporada. Na quinta-feira, mesmo dia em que Artur Jorge estreou com derrota (1 a 0) para a LDU, pela Libertadores, o técnico Fernando Seabra fez sua primeira partida no comando do Cruzeiro: empate amargo por 3 a 3 com o Alianza Petrolera, pela Sul-Americana, após estar vencendo por 3 a 0. A partir das 17h deste domingo, as equipes se encontram no Mineirão em mais um esforço para voltar aos trilhos com o trem já em movimento.

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Saiba tempo de recuperação: Rafael, do Botafogo, sofre nova lesão no joelho e fratura a patela Veja a análise do Extra: Favoritos de sempre, incógnitas e desconfiança sobre grandes; começa o Brasileirão

Há pontos em comum entre os adversários. Ambos são SAF desde 2022, mas seguem vivendo inconstâncias à beira do campo. Textor e Ronaldo, os donos, estão indo para o sétimo treinador no período, o que impede uma avaliação verdadeira de seus projetos esportivos.

Técnicos da SAF Botafogo (efetivos ou interinos escolhidos pela gestão Textor)

Luís Castro Bruno Lage Cláudio Caçapa Lúcio Flávio Tiago Nunes Fábio Matias Artur Jorge

Técnicos da SAF Cruzeiro (efetivos e interinos escolhidos pela gestão Ronaldo)

Paulo Pezzolano Pepa Fernando Seabra Zé Ricardo Paulo Autuori Nicolás Larcamón Fernando Seabra

No alvinegro, o português demonstrou algumas ideias em Quito a que pretende dar sequência, como um setor ofensivo com quatro homens. Na prática, um 4-4-2 , com dois deles atuando fixos na linha de frente e os outros dois construindo pelos lados e por trás.

— Nós procuramos, depois de algum tempo de trabalho, que não foi muito, trazer uma ideia de jogo com uma característica que pretendemos implementar — disse Artur.

O tempo tem sido realmente curto. Após fazer trabalhos de recomposição na sexta-feira, a delegação viajou diretamente do Equador para Belo Horizonte, onde realizou um treinamento no sábado. Alguns jogadores podem ser poupados por conta do desgaste.

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Crise na Petrobras: liminar que tirou presidente do conselho expõe divergências no colegiado

A liminar da Justiça Federal de São Paulo que afastou Pietro Mendes da presidência do conselho da Petrobras deixou o governo em minoria no colegiado, o que faz com que a União enfrente uma corrida contra o tempo para derrubar a decisão. O conselho da Petrobras conta com 11 nomes. Seis deles são indicados pelo governo, incluindo o presidente da estatal, Jean Paul Prates.

Outras quatro vagas são de conselheiros que representam os minoritários. E há uma conselheira em nome dos trabalhadores. Na semana passada, outra decisão judicial já havia afastado Sérgio Rezende do colegiado, que foi indicado pela União.

Com a suspensão de Mendes, o governo passou a ter apenas quatro representantes. Na sexta-feira, a Advocacia-Geral da União e a Petrobras recorreram da decisão.

Nos últimos meses, o conselho da Petrobras foi palco de divergências entre seus integrantes. Entre os temas divisivos estavam os planos de investimento da estatal, a estratégia rumo à transição energética — com a defesa do presidente da Petrobras de investir em eólicas offshore — e o pagamento de dividendos extraordinários, fator que se transformou em uma crise no governo e resultou em discussões no Planalto sobre troca no comando da empresa.

Disputa pelo comando da Petrobras:

‘Machucado’ e ‘no limite’: o desabafo do presidente da Petrobras a amigos

Prates faz piada: posta que sai da Petrobras… hoje às 20h e volta amanhã às 7h

Disputa em torno do comando da Petrobras cria apreensão no conselho, que teme paralisia na estatal

Haddad, que sempre foi escudo de Prates na Petrobras, não será mais seu fiador

Ministros de Lula selam acordo pelo pagamento de dividendos extras da Petrobras

Ontem, um dos representantes dos acionistas minoritários chegou a tentar articular a convocação de uma reunião extraordinária para eleger um novo presidente do conselho, mas a proposta foi recusada pelos conselheiros indicados pela União.

Mendes foi afastado com a avaliação de que haveria conflito de interesse por ocupar o cargo de secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, ao qual a Petrobras está subordinada.

Pagamento de dividendos

O governo trabalha para derrubar a liminar antes do dia 19, quando está marcada a reunião do Conselho de Administração. Se até lá Mendes não for reconduzido ao cargo, a eleição do novo comando precisa ocorrer nessa data, de acordo com o estatuto da companhia.

A regra é que o presidente do colegiado precisa ser escolhido na reunião ordinária seguinte à vacância do cargo. Nesse quadro, a nova liderança é escolhida entre os próprios integrantes do colegiado, exceto Prates, por ocupar a presidência da empresa.

Era esperado que o tema distribuição de dividendos extraordinários fosse discutido nessa reunião. Caberia aos integrantes do colegiado fazer a recomendação da proposta que pode ser votada pelos acionistas em assembleia geral no dia 25.

No governo, auxiliares do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, contam votos com o temor de que a situação leve à recomendação de que se deve distribuir 100% dos recursos em caixa.

Caso Prates volte a se abster sobre o tema, como fez na última votação, o governo correria o risco de ficar com a votação empatada. A regra é que o desempate cabe ao presidente do colegiado, seja quem for o ocupante do cargo naquela data.

A origem da crise dos dividendos extraordinários é a preocupação do governo em garantir que a Petrobras tenha fôlego para investir. Após a turbulência, foi formado um consenso no governo de que seria possível distribuir aos acionistas 50% dos ganhos.

De acordo com uma fonte a par das discussões, a reunião do dia 19 ainda não tem uma pauta. Diante da incerteza, o governo não decidiu se vai enviar a proposta ao conselho para fazer essa recomendação ou se vai enviar diretamente para a Assembleia Geral de Acionistas no próximo dia 25. Levar o tema diretamente à assembleia não exclui todos os riscos. O papel do conselho é de recomendação apenas.

‘Interesses convergentes’

Em tese, o governo poderia indicar dois nomes de conselheiros para uma espécie de “mandato tampão”, mas a ideia foi descartada porque a assembleia de acionistas será no fim do mês. Em geral, a análise de indicações em linha com as regras de governança da estatal leva mais de um mês.

Cabe ao presidente do conselho a função de definir a pauta das reuniões, solicitar informações da companhia, pedir estudos e apresentações à diretoria.

Ontem, em evento no Rio, Silveira afirmou que decisão judicial se cumpre e que cabe ao governo recorrer, já que é decisão de primeira instância:

— Vejo com naturalidade de quem acredita na democracia. Tenho absoluta convicção de que ninguém é insubstituível, mas que é imprescindível a contribuição do profissional Pietro, não só para a Petrobras, mas também para todo o setor de petróleo, gás e biocombustível.

Silveira afirmou não temer paralisia do conselho:

— Nós não deixaremos haver paralisia do Conselho. Parece que há um clamor muito grande por se criar instabilidade. É preciso ser cuidadoso para tratar de temas tão sensíveis de interesse nacional.

No recurso apresentado à Justiça, a AGU cita parecer técnico que nega conflito de interesse e afirma que eles são “convergentes e não conflitantes”. O documento afirma ainda que a decisão afronta interesses da União como controladora e que “viola princípios da legalidade, na medida em que todas as restrições legais foram observadas no processo de indicação”. A AGU também vai recorrer da decisão que afastou recentemente Sérgio Rezende.

Na avaliação de um especialista, os efeitos da vacância no comando do conselho são percebidos. “Adia decisões e pode afetar o valor da companhia”, disse um analista. Ontem, as ações ordinárias (com voto) recuaram 0,81%, a R$ 40,30.

Processo na CVM

Antes de Mendes ser eleito em assembleia, o Comitê de Pessoas da Petrobras avaliou que ele não poderia ser eleito por conflito de interesses pelo cargo no Ministério. Para assumir, deveria se desligar da posição ocupada na pasta que o indicou.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também apresentou parecer contrário tanto à nomeação de Mendes quanto a de Rezende, indicado pelo Planalto. No caso dele, por filiação partidária — ele era membro titular do diretório nacional do PSB. Ainda assim, eles foram eleitos com a prerrogativa de que a decisão final é dos acionistas.

A CVM abriu processo administrativo sancionador para apurar o caso sob a ótica do mercado de capitais e considerando a posição do Comitê de Pessoas da Petrobras, mas ainda não há julgamento previsto.

O autor da ação que resultou na suspensão de Mendes já havia ajuizado outros dois recursos contra integrantes do colegiado, tendo conseguido o afastamento de um deles. O responsável pelas três ações populares é o deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo), que está em seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo.

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Ele havia protocolado em outubro passado outro recurso que pretendia barrar a assembleia geral que aprovaria, no mês seguinte, mudanças no estatuto da empresa, abrindo caminho para indicações políticas. Na ocasião, o pedido foi rejeitado.

Na semana passada, porém a Justiça atendeu ao pedido dele e afastou Rezende do conselho por não cumprir quarentena obrigatória após deixar o cargo no diretório do PSB. Siqueira pretende agora exigir na Justiça que os dois conselheiros afastados devolvam os salários que receberam como integrantes do colegiado.

Após 4 anos na Casa, Câmara enterra o projeto das fake news

A Câmara dos Deputados terminou de enterrar o projeto de lei (PL) que busca regulamentar as redes sociais no Brasil e combater as fake news. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), anunciou, nesta terça-feira, que um grupo de trabalho será formado para prosseguir o debate a respeito do tema. O acerto ocorreu durante reunião dele com líderes partidários, segundo relatos ao Correio.

Já no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli desistiu de esperar o Congresso e decidiu liberar o julgamento de uma ação que trata da responsabilização dos provedores de redes sociais pelos conteúdos gerados por terceiros. O tema demanda a análise do artigo 19 do Marco Civil da Internet e gera pressão pela regulamentação das plataformas no país. Toffoli havia suspendido o julgamento no ano passado quando o PL das Fake News passou a tramitar no Parlamento.

Lira sustentou não ver na decisão de Toffoli uma interferência indevida na Câmara: “O ministro Toffoli, como os ministros do STF, decide sobre matérias que estão postas lá. Uma coisa não tem nada a ver com outra”.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), levou o assunto para o encontro a pedido do relator do atual PL das Fake News, Orlando Silva (PCdoB-SP). Parada desde o ano passado, a matéria é considerada muito polarizada: os favoráveis, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e os contrários, da bancada próxima a Jair Bolsonaro (PL).

“Por mais esforço e consideração que tenhamos pelo relator Orlando, não tivemos tranquilidade e apoio parlamentar para votação no plenário da Câmara”, frisou Lira. “Os líderes deixaram isso bem claro hoje (nesta terça-feira), de (falta de) apoio parlamentar para votação com maioria. Quando o texto ganha uma narrativa como essa, ele simplesmente não tem apoio, e não é uma questão de governo e oposição, é uma questão individual de cada parlamentar, que se expressa de acordo com sua vontade”, comentou.

O presidente da Câmara avaliou que perder tempo com uma discussão que não avança “é muito pior do que reunirmos e fazermos, como sempre fizemos, com muita tranquilidade e transparência, grupos de trabalho para assuntos delicados da Casa, que sempre têm êxito”.

O projeto ganhou nova urgência entre os governistas com a disputa de forças travada entre Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do inquérito das milícias digitais. Em meio a acusações de um suposto monitoramento na internet por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de pedidos ilegais do STF ao X, Orlando Silva ensaiava entrar com um pedido de urgência na tramitação de seu projeto.

A matéria tramita no Congresso desde 2020, ano em que foi aprovada pelo Senado. Desde então, está estacionada na Câmara.

Ainda não há definição sobre quando começará o trabalho do grupo que vai formular um novo PL regulamentando as big techs, mas Lira estimou que a conclusão ocorrerá em 40 dias após a instalação do GT, a ser formado com a indicação dos nomes pelos líderes e, a partir daí, a escolha de um relator.

Orlando Silva se manifestou em nota horas depois. Disse ter sido surpreendido com a informação da criação de um grupo de trabalho para tratar do assunto. “Tenho orgulho do trabalho feito até aqui, que contou com uma contribuição extraordinária da sociedade civil, de movimentos sociais, especialistas, do governo, de representantes de organizações internacionais e da qualificada consultoria da Casa”, afirmou.

Ele ressaltou que segue “convicto de que é urgente e inescapável a regulação de plataformas digitais para garantir a liberdade de expressão, qualificar o regime de responsabilidades para as big techs, fixar obrigações de transparência, de modo que os direitos fundamentais dos brasileiros sejam protegidos, a desinformação combatida e não continuemos assistindo perplexos a tantos crimes sendo cometidos na internet”.

O parlamentar enfatizou que o desafio é fundamental para o Brasil “e exige convicção e ação de forças políticas e sociais comprometidas com valores democráticos. A omissão pode nos cobrar um preço elevado”.

“Agradeço a tantos que contribuíram com quase quatro anos de trabalho, e saibam que sigo na mesma trincheira, e cada ataque dos bolsonaristas eu recebo como uma condecoração pela minha luta por liberdade e democracia”, finalizou.

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Análise: Supremo e Musk põem em xeque a liberdade das big techs

O embate entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o bilionário sul-africano Elon Musk pode ter chegado a um ponto de ruptura. Nesta segunda-feira, o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, estabeleceu a fronteira da atuação, por aqui, do trilionário radicado nos Estados Unidos: “O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras”.

Dono da Tesla e da Space X, com uma fortuna pessoal estimada em US$ 219 bilhões (R$ 1,021 trilhão), no domingo, Musk fez uma série de ataques ao Supremo e ao ministro Alexandre de Moraes. Afirmou que tornaria públicas decisões anteriores do magistrado, que determinaram o bloqueio de perfis acusados de espalharem fake news, fazer ataques a instituições, ameaças e incitar golpe de Estado. Disse que não iria cumprir determinações do Supremo. Horas depois, Moraes fixou multa de R$ 100 mil por dia para cada perfil que for desbloqueado no X sem autorização da Justiça. Determinou também a inclusão de Musk no inquérito das milícias digitais, o que escalou a crise.

Barroso estabeleceu uma ligação direta entre 8 de janeiro e as redes sociais: “Travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado Democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta Corte com observância do devido processo legal. O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais”.

Musk, dono da rede social X, empresa com sede nos Estados Unidos, tem ligações com a extrema-direita no mundo e a ambição de ser o colonizador de Marte. Sem regulamentação das redes sociais, o Brasil é como um terreno baldio da periferia global. A legislação sobre a atuação das redes sociais no país, que está pronta para ser votada, virou mais um campo de batalha entre o governo e a oposição. E não entra em pauta porque existe um lobby poderoso das big techs contra isso. A regulamentação das plataformas é um assunto cabeludo no mundo.

Esperava-se que a Santíssima Trindade do mundo digital — internet, smartphones e redes sociais —, além de elevar a produtividade da economia, seria um fator de democratização e inclusão social, por meio de uma revolução global nas comunicações. Entretanto, não deve ser absolutizado, apesar dos enormes benefícios que oferece aos cidadãos.

Os fatores tradicionais de produção — capital, terra e trabalho — deixaram de ser os principais geradores de riqueza e poder na sociedade atual. Os grandes ganhos de produtividade vêm do conhecimento, que deslocou o eixo da riqueza e do desenvolvimento de setores industriais tradicionais, intensivos em mão de obra, matéria-prima e capital, para setores cujos produtos, processos e serviços são intensivos em tecnologia e conhecimento.

Mesmo na agricultura e na indústria de bens de consumo e de capital, a competição é cada vez mais baseada na capacidade de transformar informação em conhecimento e conhecimento em decisões e ações de negócio. Assim, o valor dos produtos depende, cada vez mais, do percentual de inovação, tecnologia e inteligência a eles incorporados. Segundo o Banco Mundial, 64% da riqueza mundial hoje advém do conhecimento. É nesse contexto que o PL das Fake News, que regulamenta a atuação das big techs no Brasil, precisa ser debatido.

As redes sociais digitais são instrumentos de comunicação e formação de laços sociais. Mas, também, um mecanismo de formação e acumulação de capital social, em escala sem precedentes, decorrente do uso intenso, espontâneo ou não, das redes digitais pelos cidadãos. Capital social é um conceito desenvolvido pelo sociólogo Pierre Bourdieu, que se refere ao conjunto de relações sociais que uma pessoa possui e que lhe permite agir e influenciar outras pessoas e instituições.

Por isso, a discussão sobre as big techs envolve duas dimensões. A primeira é a produção e difusão de conhecimento, que exige um ambiente de liberdade de expressão, no qual os direitos e as garantias individuais estejam assegurados. Essa dimensão polariza o debate sobre as fakes news e ofusca a segunda, que é a apropriação desse capital social pelas grandes redes sociais. Em última instância, as big techs se apropriam e transformam o capital humano em capital propriamente dito, altamente concentrado, sem controle e sem taxação.

Há apenas um mês, os europeus que utilizam Apple, Google e outras grandes plataformas de tecnologia vivem uma nova realidade. Está em vigor a lei da União Europeia que impõe novas regras de concorrência às empresas — mudando a experiência dos cidadãos da região em relação a telefones, aplicativos, navegadores e mais. A Lei dos Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês) exige que as plataformas on-line dominantes ofereçam aos usuários mais escolhas, e aos rivais, mais oportunidades de competir.

As maiores empresas de tecnologia foram afetadas: Amazon, Apple, Google, Meta, Microsoft e ByteDance, empresa-mãe do TikTok. Em maio, essa lista incluirá o X de Elon Musk e o Booking.com, segundo a Comissão Europeia. As violações do DMA têm penalidades severas, incluindo multas de até 10% da receita global de uma empresa e de até 20% por reincidência. Para a maioria das empresas regulamentadas, isso significaria dezenas de bilhões de dólares.

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Eclipse solar total: fenômeno será transmitido ao vivo pela Nasa; saiba como e onde assistir

O eclipse solar total que acontece nesta segunda, dia 8 de abril, poderá ser visto em países da América do Norte e, parcialmente, na Europa. Apesar de não haver possibilidade em assistir do Brasil, espectadores curiosos pelo evento astronômico terão a opção de acompanhar através das redes sociais e canais oficiais da Nasa, a agência espacial norte-americana.

Eclipse solar: Nasa vai fazer ‘mega filme’ com fotos de centenas de voluntários para estudar o Sol; entenda Lunar, solar, total, parcial, anular, penumbral e híbrido: conheça todos os tipos de eclipse

Onde assistir ao eclipse solar?

A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa) e algumas agências de informações disponibilizaram links do YouTube para a transmissão ao vivo. Os interessados poderão assistir à transmissão da NASA às 14h (horário de Brasília), mas o eclipse ocorrerá a partir das 15h07 na costa do Pacífico do México:

Quando acontece o eclipse solar total de 8 de abril?

O fenômeno terá início no Oceano Pacífico Sul e cruzará a América do Norte, passando pelo México, Estados Unidos e Canadá. O eclipse começará na costa do Pacífico do país latino por volta das 15h07 — horário de Brasília —, antes de entrar no Texas (EUA).

O que é o eclipse solar?

O eclipse solar ocorre quando a Lua se posiciona à frente da Terra e do Sol, bloqueando os raios solares, diz Rodrigo Negreiros, professor do Departamento de Física da UFF (Universidade Federal Fluminense). O movimento, entretanto, ocorre todos os meses em razão da órbita da Terra. O evento astronômico, como o que ocorrerá na América do Norte, acontece porque a Lua cruza o plano da órbita da Terra.

2 de 3 Os tipos de eclipse solar — Foto: Arte O GLOBO Os tipos de eclipse solar — Foto: Arte O GLOBO

Qual o horário e data do eclipse solar?

O evento astronômico poderá ser visto na próxima segunda-feira, dia 8 de abril, a partir das 15h07 no horário de Brasília. A primeira região que poderá acompanhar a ocorrência do fenômeno, nesse primeiro momento, é a costa do Pacífico do México, de acordo com a Nasa. Depois, o eclipse já vai ser visto no Texas, estado ao sul dos Estados Unidos. No Canadá, o evento astronômico poderá ser assistido por volta das 16h16.

De onde poderá ser visto o eclipse solar?

O eclipse que vai acontecer poderá ser visto, caso as condições climáticas sejam favoráveis, apenas por pessoas em países da América do Norte (Canadá, Estados Unidos e México). Em alguns lugares da Europa, o evento astronômico também poderá ser acompanhado, parcialmente.

3 de 3 O trajeto do eclipse solar total — Foto: Arte O GLOBO O trajeto do eclipse solar total — Foto: Arte O GLOBO

Quem não está na rota do eclipse, poderá acompanhar a transmissão do evento por meio das redes sociais da Nasa. Com fotógrafos posicionados ao longo de todo o caminho do fenômeno, a agência espacial espera contar com mais de 90 minutos de imagens para fazer a análise científica. O projeto já selecionou e enviou suportes de rastreamento para mais de 70 pessoas que estarão posicionadas ao longo do caminho do eclipse nos Estados Unidos e no México.

Quando foi o último eclipse solar?

No Brasil, o último eclipse solar total que pôde ser visto aconteceu aconteceu em 1994, ou seja, há 20 anos. Pessoas de quase todo o país puderam acompanhar a ocorrência deste evento astronômico.

Eclipse solar anelar: veja fotos do fenômeno pelo mundo

1 de 14 Eclipse acontecendo em Albuquerque, Novo México (EUA) — Foto: Patrick T. Fallon / AFP 2 de 14 Sol começando a ser tapado pela Lua durante eclipse solar — Foto: Patrick T. Fallon / AFP

14 fotos

3 de 14 Durante eclipse solar, a Lua se posiciona entre o Sol e a Terra, formando uma sombra — Foto: Patrick T. Fallon / AFP 4 de 14 Lua tapando o Sol durante eclipse solar — Foto: Patrick T. Fallon / AFP 5 de 14 Sombra da Lua no Sol durante eclipse solar em Albuquerque, Novo México (EUA) — Foto: Patrick T. Fallon / AFP 6 de 14 Lua se sobrepondo ao Sol durante eclipse solar — Foto: Patrick T. Fallon / AFP 7 de 14 Anel de fogo causado pelo eclipse solar visto em Albuquerque, Novo México (EUA) — Foto: Patrick T. Fallon/AFP 8 de 14 Lua passando em frente ao Sol durante eclipse solar anelar — Foto: Patrick T. Fallon/AFP 9 de 14 Sol instantes antes da Lua sobrepor completamente durante eclipse solar em Kerrville, Texas — Foto: Brandol Bell/Getty Images via AFP 10 de 14 Foto mostra a visão do eclipse solar de outubro de Kerrville, Texas (EUA) — Foto: Brandon Bell/Getty Images via AFP 11 de 14 Eclipse solar na Califórnia — Foto: Guillermo Arias/AFP 12 de 14 Eclipse solar começando na Califórnia — Foto: Guillermo Arias/AFP 13 de 14 Eclipse solar visto de Penonome, Panama — Foto: Luis Acosta/AFP 14 de 14 Eclipse solar em Cali, na Colombia — Foto: JOAQUIN SARMIENTO/AFP

No ano passado, em 14 de outubro de 2023, espectadores brasileiros também puderam acompanhar um eclipse solar — mas neste caso, ele ocorreu parcialmente, na forma anular, quando “o Sol não fica totalmente encoberto pela Lua, restando apenas um anel visível do disco solar”, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

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China usa IA para semear divisão nos EUA e em outros países, aponta Microsoft

A China está aumentando o uso de conteúdo gerado por inteligência artificial (IA) e contas falsas em redes sociais para semear a divisão nos Estados Unidos e em outros países, aponta o relatório mais recente do centro de análise de ameaças da Microsoft, divulgado nesta quinta-feira (4/4).

Pequim dobrou seus alvos e aumentou a sofisticação de suas operações de influência no exterior, afirma no relatório Clint Watts, responsável pela unidade de análise de ameaças da gigante tecnológica americana.

“A China usa contas falsas nas redes sociais para sondar os eleitores sobre o que mais os divide, a fim de semear a discórdia e, possivelmente, influenciar o resultado das eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos em seu favor”, explica Watts. “Também aumentou o uso de conteúdo gerado pela IA para promover seus objetivos em todo o mundo.”

Segundo o relatório, as operações de influência chinesas continuam “explorando de forma oportunista” acontecimentos como o descarrilamento de um trem no Kentucky ou os incêndios no Havaí para gerar desconfiança em relação a autoridades americanas.

Essas pesquisas sobre assuntos internos americanos “indicam um esforço deliberado para compreender melhor que grupo demográfico de eleitores apoia que assunto ou posição e que temas geram mais divisão, antes da reta final” da corrida pela Casa Branca.

Segundo as conclusões do relatório, há poucos indícios de que essas tentativas de manipular a opinião pública estejam conseguindo o efeito desejado pela China. O centro de análise de ameaças havia informado no fim de 2023 que internautas “afiliados” ao governo chinês fizeram-se passar por eleitores americanos nas redes sociais com o objetivo de influenciar as eleições de meio de mandato de novembro de 2022.

“Essa atividade continuou e essas contas publicam quase que exclusivamente questões internas dos Estados Unidos que geram divisão, como o aquecimento global, as políticas fronteiriças, o consumo de drogas, a imigração e a tensão racial”, aponta Watts, lembrando que eleições importantes vão ocorrer neste ano em todo o mundo, principalmente na Índia e Coreia do Sul.

“Usam vídeos originais, memes e infográficos, bem como conteúdo reciclado de outras contas políticas de destaque”, explica o executivo. Ele ressalta que a Microsoft observou um aumento do conteúdo gerado por IA defendendo posições chinesas antes das eleições presidenciais de janeiro em Taiwan.

O relatório também afirma que a Coreia do Norte começou a usar a IA para roubar criptomoedas, perturbar cadeias de abastecimento e aumentar a eficácia da inteligência militar.

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