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Sobrevivente do Holocausto fala sobre gesto polêmico de Elon Musk

O gesto de Elon Musk, antes do discurso de Donald Trump, na segunda-feira (20/1), fez com que o nome do dono da rede social X figurasse nos “Assuntos do Momento” durante boa parte do dia, com 1 milhão de citações. Ao comentar o retorno do republicano à Casa Branca, um eufórico Musk bateu no peito com a mão direita e estendeu o braço, abertamente. Depois, virou-se e repetiu o gesto.

Acusado de fazer uma saudação nazista, o homem mais rico do mundo foi criticado pelo chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, durante pronunciamento no Fórum Econômico Mundial, em Davos. “Temos liberdade de expressão na Europa e na Alemanha, todos podem dizer o que quiserem”, disse o líder alemão. “O que não aceitamos é que isso seja apoiar posições de extrema-direita, e é isso que eu gostaria de repetir.” Musk publicou o vídeo com a declaração de Scholz e respondeu: “Vergonha de você”.

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O Correio entrevistou especialistas em nazismo e fascismo, além de um sobrevivente do Holocausto. Morador de São Paulo, Gabriel Waldman, 86 anos, tinha apenas seis quando a Segunda Guerra Mundial terminou e escapou da morte, ao lado da mãe, em uma Budapeste ocupada pelos nazistas. O pai e toda a família paterna foram assassinados nos campos de concentração. “Não acho que Musk seja antissemita e que tenha sido um gesto deliberado de saudação nazista. Pode ter sido um gesto espontâneo, especialmente sabendo que Trump é amigo de Israel. Mas existem certas coisas que devem ser evitadas, por serem muito estigmatizadas. Por exemplo, a ópera Lohengrin, do compositor alemão Richard Wagner; o braço em riste; e a suástica. Elas lembram o nazismo e os 6 milhões de assassinatos”, explicou. “Foi muita ingenuidade de Musk, se realmente foi uma coisa não deliberada.”

Gabriel Waldman perdeu o pai, avós, tios e primos, mortos nos campos de concentração nazistas

Estudioso sobre a extrema direita pela Universidade de Dortmund, Diek Borstel admitiu que o gesto pareceu transmitir a ideia de saudação nazista. “Em última análise, garante muita atenção ao bilionário. A reação dele se assemelha à do extremismo de direita moderno: primeiro, provocar as pessoas com gestuais nazistas; depois, ante protestos, afirmar que não era essa a intenção”, disse.

Professor de história contemporânea da Universidade de Michigan e autor de Nazism as Fascism: Violence, Ideology, and the Ground of Consent in German (Nazismo como Fascismo: Violência, Ideologia e a Base do Consentimento em Alemão), Geof Elley afirmou crer que, “em um nível vago, mas potencialmente visceral, Musk certamente conhece a saudação de Adolf Hitler e a crueza de seu significado — do nacionalismo branco excludente, xenófobo e racialmente compreendido, com sua ambição política autoritária e autocrática”.

“O gesto fornece um símbolo que comunica o poder do momento, seja como mensagem aos simpatizantes, seja como ameaça aos oponentes. “Eu ficaria surpreso se Musk tivesse algum conhecimento ou compreensão bem desenvolvida do que o nazismo representou, historicamente. A sua pior violência antissemita e tendências genocidas, presumivelmente, ainda estão fora de questão. Ele certamente rejeitaria esse conjunto de conotações. Mas, para um homem egoísta e movido pelo poder, como Musk, esse tipo de afiliação detalhada não vem ao caso”, avaliou.

Henk de Berg — autor de Trump and Hitler: A comparative study in lying (Trump e Hitler: Um estudo comparativo sobre a mentira) e professor da Universidade de Sheffield (Reino Unido), entende que o gesto pairou entre uma saudação nazista e uma romana. “É possível que ele estivesse tão envolvido por aquele momento, que não sabia o que estava fazendo. Parece-me improvável. Musk participou de eventos em massa e é inteligente para não estar ciente de como seria interpretado. Meu palpite é o de que o gesto foi muito deliberado.”

Henk de Berg, autor de Trump and Hitler: A comparative study in lying (Trump e Hitler: Um estudo comparativo sobre a mentira) e professor da Universidade de Sheffield (Reino Unido)

“Foi uma espécie de ‘apito de cachorro’, um apelo a um sentimento amplamente compartilhado entre partes do eleitorado de Trump. Não para mostrar suas cores neonazistas (Musk não é neonazista), mas para provar que ele não tem medo de ser politicamente incorreto. Se ele quisesse fazer uma saudação nazista direta, ele poderia facilmente ter feito isso. Ao deixar as coisas no ar, ele sabia que iria produzir muito mais polêmica. O apoio de Musk a Trump e o uso de técnicas de venda extremistas é o mesmo que brincar de fogo. Muitas vezes, pessoas inteligentes pensaram que poderiam controlar suas criações. Só precisamos olhar para o Dr. Frankenstein para saber que isso pode dar terrivelmente errado.”

Henk de Berg, autor de Trump and Hitler: A comparative study in lying (“Trump e Hitler: Um estudo comparativo sobre a mentira”) e professor da Universidade de Sheffield (Reino Unido)

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Seis em cada dez brasileiros planejam buscar um novo emprego em 2025, revela LinkedIn

Seis em dez brasileiros planejam procurar um novo emprego este ano. O dado é de uma pesquisa do LinkedIn, maior rede social profissional do mundo. O desejo é maior entre os profissionais iniciantes e diminui nas gerações mais velha: 68% da geração Z (nascidos entre o final dos anos 1990 e o início dos anos 2010) quer buscar um novo trabalho; 65% dos Millennials; 51% da geração X; 41% dos Boomers (nascidos entre 1945 e 1964).

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Eles não têm expectativas de que a tarefa seja fácil. Mais da metade dos entrevistados considera que a busca por oportunidades ficou mais difícil no último ano, sendo que 40% afirma que os requisitos para as vagas são irreais. Por isso, 42% apostam na estratégia de se inscrever em vários processos seletivos, a fim de aumentarem suas chances.

Uma reclamação de seis em cada dez trabalhadores é que profissionais de RH, em geral, não fornecem respostas sobre os processos seletivos. Mas os recrutadores também têm dificuldades: 72% veem o mercado mais desafiador, 35% gastam entre 3 e 5 horas por dia analisando candidatos, 81% afirmam que menos da metade atende aos critérios das vagas.

A percepção pode ter base verdadeira: segundo o levantamento, 17% dos candidatos não avaliam de forma alguma se suas habilidades são compatíveis com a vaga, enquanto 26% dedicam menos de 10 minutos a essa análise. Esse comportamento pode estar relacionado à percepção de 85% dos respondentes de que uma boa indicação tem mais peso do que qualificações ou habilidades.

— Os candidatos precisam descobrir novas formas para se destacar e adaptar suas abordagens para serem mais claros e objetivos, enquanto os recrutadores devem melhorar a comunicação durante os processos seletivos para reduzir incertezas e engajar talentos de forma mais eficiente — diz Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para América Latina e África.

Mais recente Próxima Mais de 78 milhões de lares brasileiros terão desconto na conta de luz de janeiro. Entenda

Bolsonaro afirma ser perseguido por Moraes e nega tentativa de golpe no 8/1

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, na manhã deste sábado (18/1), que a situação dele é “triste” por estar sendo perseguido por “uma pessoa”, em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A declaração foi feita aos jornalistas no Aeroporto de Brasília, onde Bolsonaro se despediu da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que viajará aos Estados Unidos para prestigiar a posse do presidente Donald Trump. O ex-presidente ponderou que não houve tentativa de golpe. “É triste a situação em que eu me encontro, perseguido por uma pessoa que até agora não descobriu quem foi o golpista do 8 de janeiro. (É) porque não teve. Não teve golpe. Não houve tentativa de golpe”, afirmou Bolsonaro.

Ele também criticou Moraes, destacando o papel do ministro em “ataques à direita”. “Eu escuto o Alexandre de Moraes atacando a direita. Ou seja, ele toma partido político. Eu sou do tempo em que os juízes falavam nos autos, agora é diferente. Eu tenho certeza de que, recuperando minha elegibilidade, eu ganho as eleições. Agora, inelegível, é uma prova de que estamos em uma democracia igual à da Venezuela, onde a oposição é eliminada”, disse o ex-presidente, citando exemplos de outros países.

O ex-presidente acrescentou que se sente um “preso político”, apesar de não utilizar tornozeleira eletrônica. “Espero que a sua excelência não queira colocar em mim para humilhar de vez (a tornozeleira). Estou, sim, constragindo. Queria acompanhar minha esposa (aos EUA). Eu queria estar lá, (porque) pré-aceitei o encontro com chefes de Estado, via Eduardo Bolsonaro”, disse Bolsonaro, em indireta a Moraes.

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Na coletiva, Bolsonaro também chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “bebum”. O ex-chefe do Palácio do Planalto aproveitou para anunciar que processará o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o petista implicá-lo na crise do pix.

Aos jornalistas, Bolsonaro fez duras críticas ao atual governo petista. “Nós queremos o melhor para o país e torço para dar certo, mas não tem como dar certo quando você vê um ‘bebum’ dirigindo um carro (o país). Não tem como dar certo. Um homem que não tem compromisso com a família, que diz que o marido ama mais as amantes”, disparou.

“Eu estou triste com a ida da minha esposa. Eu a amo, diferentemente dele, que é um cara que não tem nada a oferecer para nós. Nada. Zero. E alguns acham que vai dar certo. Não vai dar certo”, completou Bolsonaro, no Aeroporto de Brasília.

O ex-presidente também afirmou que processará Haddad após uma entrevista do ministro à CNN Brasil, na qual o petista afirmou que Bolsonaro estaria por trás de um vídeo publicado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre uma “possível taxação do pix”.

Na ocasião, Haddad mencionou episódios envolvendo o ex-presidente, como o “caso das joias” e a aquisição de mais de 100 imóveis pela família Bolsonaro desde os anos 90, o que Bolsonaro considerou uma calúnia. “Me acusa do que ele faz. Ele não olha para o chefe dele e o que o chefe dele fez (…) Me acusa por acusar. Eu só tenho um caminho: ir à Justiça e processá-lo, como vou fazer”, finalizou.

O Correio entrou em contato com o ministro, que preferiu não se manifestar.

Antes de embarcar para a posse do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, em Washington, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou, na manhã deste sábado (18/1), que Bolsonaro é alvo de perseguição.

Para os jornalistas e apoiadores que acompanhavam o embarque, no Aeroporto de Brasília, Michelle acrescentou que Bolsonaro enfrenta injustiças. “Meu marido está sendo perseguido, mas, assim como aqueles que Deus envia, serão perseguidos. A gente sabe disso”, disse.

“Que Deus tenha misericórdia da nossa nação, do meu marido, assim como de um grande líder. Ele é o maior líder da direita, que elegeu, (mesmo) ‘inelegível’, o maior número de vereadores e prefeitos. É um certo medinho que eles têm do meu marido”, afirmou.

O passaporte de Bolsonaro está retido no âmbito de uma investigação da Polícia Federal sobre uma suposta organização criminosa que teria como objetivo impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e manter o ex-presidente no poder. Os investigadores apontaram indícios de possível fuga.

Na tentativa de sensibilizar Alexandre de Moraes, os advogados de Bolsonaro argumentaram que ele viajou à Argentina em dezembro de 2023, antes da apreensão do documento, e retornou ao Brasil, assim como fez após um período nos Estados Unidos. Para a defesa, esses fatos demonstrariam sua intenção de permanecer no país.

Apesar disso, Moraes rejeitou o pedido, tanto na análise inicial quanto em recurso apresentado posteriormente.

“Profundamente consternado”, diz Avelar sobre mulheres baleadas por delegado

O secretário de Segurança Pública (SSP-DF), Sandro Avelar, disse estar “profundamente consternado” com o caso do delegado Mikhail Rocha e Menezes, 46 anos, preso nesta quinta-feira (16/1) depois de atirar em três mulheres em um suposto surto.

Ao Correio, ele disse que o episódio está sendo investigado pela Polícia Civil (PCDF). “A corporação está comprometida em adotar todas as medidas cabíveis e oferecer a atenção que o caso exige”, garantiu.

O gestor reconheceu que a saúde mental dos servidores da segurança pública é um desafio. “Especialmente diante do alto nível de estresse a que esses profissionais são submetidos, salvando vidas, mesmo nos períodos de folga”, pontuou. “Nosso esforço é constante para fornecer toda a infraestrutura e o suporte necessário, visando melhorar as condições de atuação dos nossos policiais”, acrescentou.

De acordo com o secretário, atualmente, os servidores de todas as forças de segurança contam com apoio psicológico. “No entanto, essa é uma questão complexa, que exige a análise criteriosa dos profissionais da área de saúde. São eles os responsáveis por avaliar e decidir se os agentes estão aptos a exercer suas funções regularmente”, ponderou. “Aumentamos, em mais de 80%, os recursos destinados a ações de qualidade de vida no trabalho das forças de segurança”, ressaltou Sandro Avelar.

Ainda segundo o gestor da SSP-DF, foram investidos R$ 3 milhões na construção do Centro de Atenção Biopsicossocial (CAB). “É um espaço que será dedicado à valorização profissional de policiais e bombeiros. O novo centro irá ampliar os serviços na área de saúde mental, oferecendo atendimento especializado em transtornos psíquicos”, explicou. “Estamos comprometidos em proporcionar melhores condições para os nossos profissionais”, enfatizou. A inauguração do CAB está prevista para o primeiro semestre deste ano.

Mikhail Rocha e Menezes deu entrada no Hospital de Base e está internado na ala psiquiátrica. A reportagem apurou que a internação veio após Mikhail apresentar falas desconexas no Instituto de Medicina Legal (IML).

Fontes policiais contaram que o delegado dizia não se lembrar de ter atirado nas mulheres. Até a manhã desta sexta-feira (17/1), ele seguia na ala psiquiátrica.

A tragédia ocorreu na manhã desta quinta-feira. Mikhail tomava café na cozinha de casa, no Condomínio Santa Mônica, no Jardim Botânico, quando atirou contra a mulher, Andréa Rodrigues Machado, 40, e a empregada doméstica Oscelina Moura Neves de Oliveira, 45.

O delegado deixou o condomínio e seguiu para o Hospital Brasília, no Lago Sul, buscando atendimento para o filho, que teria sido atingido por estilhaços de arma de fogo. No pronto-socorro do local, ele atirou contra a enfermeira-chefe Priscila Pessoa, 45.

Policiais militares receberam as informações e montaram uma espécie de cerco para a captura do delegado. Na altura da QI 23 do Lago Sul, Mikhael foi abordado. Os PMs montaram uma barreira e deram ordens de parada.

A ‘descoberta do século’ que revela luxo espetacular em Pompeia

Após ficar escondida sob metros de rocha vulcânica e cinzas por 2 mil anos, uma descoberta do tipo que “que acontece a cada século” foi feita na antiga cidade romana de Pompeia.

Arqueólogos encontraram uma suntuosa terma particular — possivelmente a maior já descoberta no local — com câmara quente, morna e fria, obras de arte requintadas e uma piscina de imersão enorme.

O complexo semelhante a um spa fica no centro de uma grande residência descoberta nos últimos dois anos durante uma escavação importante.

“São estes espaços que realmente fazem parte do ‘efeito Pompeia’ — parece que as pessoas saíram de lá há apenas um minuto”, diz Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia, que revelou a nova descoberta com exclusividade à BBC News.

O vestiário da terma tem paredes vermelhas vibrantes, piso de mosaico e bancos de pedra

A análise de dois esqueletos descobertos na casa também mostra o horror enfrentado pelos habitantes de Pompeia quando o Monte Vesúvio entrou em erupção em 79 d.C.

Os restos mortais pertenciam a uma mulher, com idade entre 35 e 50 anos, que estava segurando joias e moedas, e a um homem mais jovem, que estava na adolescência ou com 20 e poucos anos.

Eles haviam se trancado em um pequeno cômodo, mas foram mortos quando um tsunami de gás vulcânico superaquecido e cinzas — conhecido como fluxo piroclástico — devastou a cidade.

“Este é um lugar dramático, e tudo o que você encontra aqui remete ao drama”, diz Ludovica Alesse, restauradora de Pompeia.

Um terço da cidade antiga ainda está escondido sob os escombros vulcânicos da tragédia, mas a nova escavação — a mais extensa em uma geração — fornece novas perspectivas sobre como era a vida romana antiga.

Os arqueólogos foram acompanhados por uma equipe de documentários da BBC e da Lion TV, para uma série chamada Pompeii: The New Dig (“Pompeia: a nova escavação”, em tradução livre).

Um quarteirão inteiro de Pompeia foi descoberto, revelando uma lavanderia e padaria, assim como uma grande residência particular. Acredita-se que tudo isso pertencia a um indivíduo rico, possivelmente Aulus Rustius Verus, um político influente de Pompeia.

A descoberta da terma é mais uma confirmação de seu status de elite, segundo Zuchtriegel.

“Há apenas algumas casas que possuem um complexo de terma particular, então era algo realmente para os mais ricos dos ricos”, ele explica.

“E é tão grande — provavelmente é o maior complexo de terma em uma casa particular de Pompeia.”

A piscina de imersão da câmara fria, que tem mais de 1 metro de profundidade, comporta de 20 a 30 pessoas

Aqueles que tiveram a sorte de usar a terma teriam se despido em um vestiário com paredes vermelhas vibrantes e um piso de mosaico com formas geométricas feitas de mármore de todo o Império Romano.

Em seguida, eles iriam para a câmara quente, mergulhariam em uma banheira e desfrutariam do calor semelhante ao de uma sauna, proporcionado por um piso suspenso que permitia que o ar quente fluísse por baixo, e paredes com uma cavidade por onde o calor podia circular.

Depois, eles iriam para a câmara morna, pintada de cores vivas, onde óleo era esfregado em suas peles, antes de ser raspado com um instrumento curvo chamado estrígil.

Finalmente, eles entrariam na maior e mais espetacular sala de todas— o frigidário ou câmara fria. Cercado por colunas vermelhas e afrescos de atletas, um visitante poderia se refrescar na enorme piscina de imersão, que comporta de 20 a 30 pessoas.

“Nos verões quentes, você poderia sentar com os pés na água, conversando com seus amigos, talvez desfrutando de uma taça de vinho”, diz Zuchtriegel.

A terma é a descoberta mais recente a emergir desta casa extraordinária.

Um enorme salão para banquetes com paredes pretas e obras de arte de cenas clássicas de tirar o fôlego foi encontrado no ano passado. Um cômodo menor e mais íntimo, pintado de azul claro, onde os moradores iam rezar para os deuses, também foi descoberto.

A residência estava passando por uma reforma — ferramentas e materiais de construção foram encontrados por toda parte. No cômodo azul, uma pilha de conchas de ostras está no chão, pronta para ser moída e aplicada nas paredes para dar a elas um brilho cintilante.

Um pequeno cômodo azul usado para orações. No chão, uma pilha de conchas de ostras

Ao lado deste belo espaço, em um cômodo apertado com quase nenhuma decoração, foi feita uma descoberta surpreendente: os restos mortais de dois moradores de Pompeia que não conseguiram escapar da erupção.

O esqueleto de uma mulher foi encontrado deitado em cima de uma cama, curvado em posição fetal. Os restos mortais de um homem estavam no canto deste pequeno cômodo.

“O fluxo piroclástico do Vesúvio veio pela rua, do lado de fora deste cômodo, e causou o colapso de uma parede, que basicamente o esmagou até a morte”, explica Sophie Hay, arqueóloga de Pompeia.

“A mulher ainda estava viva enquanto ele estava morrendo — imagina o trauma —, e então este cômodo se encheu com o resto do fluxo piroclástico, e foi assim que ela morreu.”

A análise do esqueleto masculino mostrou que, apesar de sua pouca idade, seus ossos apresentavam sinais de desgaste, sugerindo que ele era de status social inferior, possivelmente até mesmo um escravizado.

O esqueleto de uma mulher, segurando moedas, foi encontrado curvado em posição fetal

A mulher era mais velha, mas seus ossos e dentes estavam em boas condições.

“Ela provavelmente era alguém de uma posição mais alta na sociedade”, avalia Hay.

“Pode ter sido a esposa do proprietário da casa ou talvez uma assistente que cuidava da esposa — simplesmente não sabemos.”

Uma variedade de itens foi encontrada em uma mesa de mármore no cômodo — copos, jarras de bronze e cerâmica —, talvez levados para o local onde a dupla havia se escondido na esperança de esperar a erupção passar.

Mas são os itens que as vítimas estavam segurando que são de particular interesse. O homem estava com algumas chaves, enquanto a mulher foi encontrada com moedas de ouro e prata e joias.

Um par de brincos de ouro e pérolas foi encontrado perto do esqueleto feminino

Estes itens estão guardados no cofre de Pompeia, junto a outras descobertas de valor inestimável da cidade, e tivemos a chance de vê-los com o arqueólogo Alessandro Russo.

As moedas de ouro ainda brilham como se fossem novas, e ele nos mostra delicados brincos de ouro e pérolas naturais, pingentes de colar e pedras semipreciosas intrincadamente entalhadas. Segundo ele, eram itens muito pessoais.

“Quando encontramos este tipo de objeto, a distância entre os tempos antigos e os tempos modernos desaparece”, diz ele.

“E podemos tocar em um pequeno pedaço da vida destas pessoas que morreram na erupção.”

O arqueólogo Alessandro Russo segura uma moeda de ouro encontrada com o esqueleto feminino

Sophie Hay descreve o complexo da terma particular como uma descoberta única em um século, que também lança mais luz sobre um lado mais sombrio da vida romana.

Logo atrás da câmara quente, há uma sala de caldeira. Um cano trazia a água da rua, sendo que uma parte era desviada para a piscina de imersão fria — e o restante era aquecido em uma caldeira de chumbo destinada à câmara quente. As válvulas que regulavam o fluxo parecem tão modernas que é como se você pudesse ligá-las e desligá-las ainda hoje.

Com uma fornalha embaixo, as condições neste cômodo teriam sido insuportavelmente quentes para os escravizados que tinham de manter todo o sistema funcionando.

Tubulações e torneiras na sala da caldeira da residência

“A coisa mais poderosa destas escavações é o forte contraste entre a vida dos escravizados e a dos muito, muito ricos. E aqui vemos isso, a diferença entre a vida suntuosa da terma e a sala da fornalha, onde os escravizados alimentavam o fogo e trabalhavam o dia todo”, afirma Sophie Hay.

“Uma parede é suficiente para dividir você entre dois mundos diferentes.”

A escavação está em suas últimas semanas — mas novas descobertas continuam a emergir das cinzas. Um número limitado de visitantes tem permissão para visitar a escavação enquanto ela está em andamento, mas posteriormente ela será totalmente aberta ao público.

“Todo dia aqui é uma surpresa”, diz Anna Onesti, diretora da escavação.

“Às vezes, pela manhã, venho trabalhar pensando que é um dia normal de trabalho — e, então, descubro que encontramos algo excepcional. É um momento mágico para a vida de Pompeia, e este trabalho de escavação nos oferece a possibilidade de compartilhar isso com o público.”

É possível viajar sem estourar o orçamento mesmo com o dólar em alta

É possível viajar sem estourar o orçamento mesmo com o dólar em alta (Com um planejamento financeiro bem elaborado e algumas estratégias inteligentes, é possível minimizar os impactos das oscilações cambiais e aproveitar ao máximo a experiência de viagem. (Foto: rjp85/Getty Images Signature))

Viajar para o exterior é um sonho para muitos brasileiros, mas a alta constante do dólar nos últimos anos tem tornado essa realidade mais desafiadora. Para quem já tem uma viagem marcada, as preocupações aumentam, já que os custos no destino — como hospedagem, alimentação e passeios — podem pesar ainda mais no orçamento. A boa notícia é que, com um planejamento financeiro bem elaborado e algumas estratégias inteligentes, é possível minimizar os impactos das oscilações cambiais e aproveitar ao máximo a experiência de viagem. Nesta análise, você encontrará orientações práticas para enfrentar a alta do dólar, manter o controle sobre os gastos e transformar sua viagem em uma experiência inesquecível que se ajusta ao seu orçamento.

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A alta do dólar e seus fatores

A valorização do dólar em relação ao real reflete um cenário menos favorável para a moeda brasileira devido a questões que estão ocorrendo tanto no Brasil quanto no exterior. Fatores como as incertezas fiscais internas e expectativas sobre a nova gestão nos Estados Unidos têm gerado instabilidade nos mercados, aumentando a percepção de risco entre investidores e contribuindo para a alta da moeda americana.

Historicamente, o dólar tem demonstrado uma trajetória de alta em relação ao real. A taxa de câmbio nominal, que representa o valor de uma moeda em relação a outra sem considerar os efeitos da inflação, é um dado que pode ilustrar essa dinâmica. Por exemplo, de acordo com dados do Banco Central, a taxa de câmbio nominal era de R$ 1,86 em dezembro de 2011 e alcançou R$ 6,18 em dezembro de 2024. Essa elevação evidencia a valorização do dólar frente ao real ao longo dos anos.

No entanto, com algumas estratégias práticas, é possível contornar esses desafios e aliviar o impacto no bolso. A seguir, você encontrará dicas essenciais para driblar a alta do dólar e aproveitar sua experiência internacional sem comprometer o orçamento.

Estratégias para mitigar o impacto da alta do dólar

Para quem já está com a viagem marcada ou pretende viajar em breve, há diversas estratégias para mitigar os efeitos da desvalorização da nossa moeda no orçamento da viagem. Confira a seguir as 6 dicas práticas para driblar a alta do dólar:

O primeiro passo para organizar sua viagem internacional, especialmente em tempos de alta do dólar, é revisar cuidadosamente o orçamento.

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Separe suas despesas em categorias, como transporte, hospedagem, alimentação, passeios e compras. Identifique as prioridades e elimine ou substitua gastos que não são essenciais. Por exemplo, você pode optar por passeios gratuitos ou com descontos e explorar restaurantes menos turísticos, que oferecem boa comida a preços mais acessíveis.

Além disso, avalie quanto você pode gastar na viagem. Estime os custos diários no destino, incluindo transporte, alimentação, passeios e compras. Esse cuidado ajuda a evitar surpresas e mantém o controle financeiro.

Antecipar gastos pode ser outra estratégia inteligente. Comprar ingressos para atrações e reservar serviços com antecedência protege contra futuras oscilações cambiais e facilita o planejamento financeiro.

Utilizar ferramentas como planilhas é essencial para manter o controle sobre suas despesas e garantir que o planejamento esteja alinhado com seus objetivos.

A escolha da melhor forma de pagamento depende de diversos fatores, incluindo o destino, o perfil do viajante e o orçamento disponível. A seguir, analisamos os prós e contras das 4 principais opções disponíveis:

Dinheiro em espécie: É uma das opções mais acessíveis e práticas para pequenos gastos diários, como transporte, alimentação e lembranças. Ele possui a vantagem de um IOF reduzido (1,1% atualmente), sendo a modalidade com a menor tributação na conversão de moeda. Porém, é necessário cautela devido ao risco de perda ou roubo. Para evitar problemas, leve apenas o necessário para despesas menores e distribua o valor em diferentes locais na bagagem e na carteira, respeitando as regras de transporte de valores do país.

Cartão pré-pago: É uma excelente ferramenta para quem deseja maior previsibilidade nos gastos, pois permite travar a cotação do dólar no momento da recarga. Além disso, é mais seguro que o dinheiro em espécie, já que pode ser bloqueado em caso de perda ou roubo. Contudo, é fundamental estar atento às taxas de recarga e saques, que podem variar conforme a instituição emissora, além do IOF de 4,38% vigente atualmente o que significa que uma compra de R$ 100 geraria uma taxa de R$ 4,38.

Cartão de crédito: Oferece praticidade e segurança, sendo indispensável para emergências ou compras pontuais durante a viagem. Entretanto, apresenta um IOF de 4,38% e o câmbio aplicado é o da data de processamento da compra, o que pode gerar valores inesperados devido às oscilações da moeda. Por isso, seu uso deve ser moderado. Alguns cartões oferecem benefícios como seguro-viagem e programas de recompensas, que podem agregar valor ao planejamento.

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Conta global: Essa modalidade tem se destacado como uma alternativa prática e econômica para lidar com a alta do dólar. Trata-se de contas correntes que podem ser abertas ainda no Brasil. Geralmente, o processo é simples, pode ser realizado pelo celular e, dependendo da instituição escolhida, é gratuito.

Com um IOF reduzido (1,1%) nas transferências, as contas globais permitem converter reais para dólares ou outras moedas com taxas mais competitivas. Além disso, possibilitam realizar conversões de forma gradual, o que ajuda a suavizar os impactos das flutuações cambiais. O saldo em moeda estrangeira pode ser acessado por meio de um cartão vinculado à conta, sendo ideal para compras e saques no exterior.

Antes de optar por essa modalidade, é importante verificar as tarifas de manutenção ou transferência cobradas pela instituição para garantir que seja uma escolha realmente vantajosa.

Entre os 4 meios de pagamento, o cartão pré-pago oferece maior controle financeiro ao travar a cotação no momento da recarga, enquanto o cartão de crédito é mais adequado para emergências ou compras pontuais, devido à sua praticidade, apesar da incerteza cambial. O dinheiro em espécie e contas globais têm a vantagem de garantir o câmbio no momento da compra, ao contrário do cartão de crédito, que depende da cotação no dia do processamento, adicionando incertezas.

Além disso, a troca em casas de câmbio reduz o IOF para 1,1%, representando uma economia em relação à alíquota de 4,38% aplicada aos cartões. Com o dólar em patamar elevado, adotar essa estratégia ajuda a equilibrar o orçamento durante a viagem.

A melhor abordagem é diversificar: leve uma pequena quantia em espécie para gastos menores, utilize o cartão pré-pago para despesas principais e mantenha o cartão de crédito como opção para imprevistos.

Agora vamos a uma dúvida comum entre os viajantes: é uma boa ideia comprar dólar mesmo em tempos de alta? Sim, a compra de moeda deve ser feita de forma gradual, aproveitando dias de cotações mais favoráveis. Essa estratégia ajuda a diluir o impacto das flutuações cambiais, construindo um preço médio mais vantajoso e reduzindo a exposição a picos de alta.

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Aqui está uma simulação que ilustra a compra mensal de 200 dólares entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024. A simulação também calcula o preço médio ao longo do período, demonstrando os benefícios da disciplina nas compras mensais.

Para a simulação, consideramos os seguintes pontos:

– Compra mensal fixa de 200 dólares.

– Cotações simuladas baseadas na cotação do dólar em cada um dos períodos.

– Cálculo do preço médio acumulado ao longo do tempo.

Mês Cotação do Dólar (R$) Valor Pago (R$) Acumulado em US$ Acumulado em R$ Preço Médio (R$/US$)

Dez/2023 5.30 1,060.00 200 1,060.00 5.30

Jan/2024 5.35 1,070.00 400 2,130.00 5.33

Fev/2024 5.40 1,080.00 600 3,210.00 5.35

Mar/2024 5.50 1,100.00 800 4,310.00 5.39

Abr/2024 5.60 1,120.00 1,000 5,430.00 5.43

Mai/2024 5.55 1,110.00 1,200 6,540.00 5.45

Jun/2024 5.70 1,140.00 1,400 7,680.00 5.49

Jul/2024 5.65 1,130.00 1,600 8,810.00 5.51

Ago/2024 5.80 1,160.00 1,800 9,970.00 5.54

Set/2024 5.75 1,150.00 2,000 11,120.00 5.56

Out/2024 6.00 1,200.00 2,200 12,320.00 5.60

Nov/2024 6.10 1,220.00 2,400 13,540.00 5.65

Dez/2024 6.20 1,240.00 2,600 14,780.00 5.68

Resultado da simulação:

– Total em dólares acumulado: 2.600 dólares.

– Total pago em reais: R$ 14.780,00.

– Preço médio final: R$ 5,68 por dólar.

Nessa simulação, conclui-se que o preço médio do dólar foi menor do que as cotações mais altas registradas no final do período. Isso ocorre porque o investidor aproveitou os meses iniciais, quando as cotações estavam mais baixas, diluindo o impacto das altas posteriores.

Dessa forma, a compra gradual de moeda estrangeira ao longo do tempo é uma estratégia eficaz para suavizar as oscilações do câmbio e evitar picos desfavoráveis, proporcionando maior controle sobre os custos. Além disso, essa abordagem protege o investidor de que sua viagem se torne inviável em caso de uma alta do dólar nas vésperas da viagem.

Investir o valor destinado à viagem em aplicações seguras e rentáveis é uma estratégia eficiente para proteger seu orçamento e maximizar seus recursos. O rendimento obtido pode ser usado para cobrir gastos imprevistos, como uma alta inesperada no dólar, despesas médicas ou até mesmo para complementar despesas com passeios, compras ou melhorias na hospedagem.

O Tesouro Selic, por exemplo, é uma opção de investimento em renda fixa considerada de baixo risco, ideal para objetivos de curto prazo. Ele oferece liquidez diária e acompanha a taxa básica de juros da economia (a Selic). De acordo com a projeção dos nossos especialistas, a Taxa Selic, atualmente em 12,25%, deve continuar oferecendo uma rentabilidade atrativa para quem investe em produtos atrelados a ela, com expectativa de alcançar 15,5% em 2025.

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Para ilustrar, ao investir R$ 10.000,00 a uma taxa de 12,25% ao ano, equivalente a atual taxa Selic, o montante acumulado ao final de 12 meses seria de aproximadamente R$ 11.000,00 líquidos, ou seja, já considerando o desconto de impostos.

Essa rentabilidade representa quase 1% ao mês, um percentual muito atrativo quando pensamos em taxas de retorno de investimentos, ainda mais se levarmos em consideração que, investimentos da categoria renda fixa tem, por característica, menor risco, o que pode equilibrar os impactos da alta do dólar, proporcionando maior tranquilidade financeira e flexibilidade para sua viagem.

Por fim, com um planejamento financeiro cuidadoso e estratégias bem definidas, é possível minimizar os efeitos de um câmbio desfavorável e aproveitar a viagem internacional sem comprometer o orçamento. Adotar a estratégia de compra gradual de dólar, que permite construir um preço médio mais vantajoso, é uma excelente forma de suavizar as oscilações cambiais e reduzir os impactos financeiros.

Além disso, a diversificação dos meios de pagamento, o investimento em opções seguras e um orçamento bem ajustado oferecem a segurança necessária para transformar o sonho de viajar em realidade, com tranquilidade para aproveitar cada momento ao máximo.

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São Paulo registra primeiro caso de febre amarela em 2025

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirmou o primeiro caso de febre amarela em humanos deste ano. Trata-se de um homem de 27 anos, morador da capital paulista, que foi diagnosticado após apresentar sintomas da doença. Ele esteve na cidade de Socorro, localizada na região de Campinas, entre os dias 28 e 30 de dezembro de 2024, onde também foi identificado um caso de febre amarela em um macaco.

O paciente, que não possui histórico de vacinação contra a doença, ficou hospedado em uma chácara na área rural de Socorro. Atualmente, ele permanece internado e seu estado de saúde é monitorado. A prefeitura da cidade está junto com a Vigilância Sanitária estadual, realizando uma “busca ativa” na região para identificar possíveis focos da doença e tomar as medidas preventivas necessárias.

Além do caso humano, foi registrada a morte de um macaco na área rural de Socorro devido à febre amarela. O animal foi levado para avaliação veterinária, mas não resistiu. A morte do macaco foi confirmada por meio de necrópsia e análise de amostras enviadas a institutos especializados. Os macacos são considerados indicadores da presença da doença, embora não transmitam o vírus diretamente.

Em 2024, o estado de São Paulo registrou dois casos de febre amarela em humanos, sendo um autóctone (originado dentro do estado) e outro de um homem que contraiu a doença em Minas Gerais e faleceu. O Instituto Adolfo Lutz já confirmou nove casos de febre amarela em macacos, com a maior concentração na região de Ribeirão Preto, além de registros em Pinhalzinho e Socorro.

A Secretaria de Saúde intensificou as ações de vigilância em saúde e de vacinação nessas áreas. A recomendação é que moradores e turistas que planejam viajar para regiões de risco, como áreas de mata, se vacinem ao menos 10 dias antes do deslocamento. A vacina contra a febre amarela está disponível gratuitamente nos postos de saúde de todo o estado e faz parte do calendário nacional de imunização.

A febre amarela é transmitida pela picada de mosquitos. A prefeitura e o governo estadual pedem à população que, ao avistar macacos mortos, informe imediatamente as autoridades de saúde, para que sejam tomadas as devidas providências de controle e prevenção.

Os sintomas da febre amarela incluem febre súbita, calafrios, dores no corpo e na cabeça, náuseas, vômitos, além de fadiga e fraqueza persistentes. O diagnóstico precoce e o tratamento imediato são fundamentais para a recuperação do paciente.

As autoridades reforçam que a vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenção contra a doença.

*Estagiária sob a supervisão de Renato Souza

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Evacuados por incêndios florestais em Los Angeles lutam para conseguir dormir em carros, abrigos e hotéis

Dezenas de milhares de pessoas evacuadas devido a incêndios florestais em Los Angeles estão agora lutando para encontrar — e manter — abrigo temporário, agravando a escassez de moradias em uma das cidades menos acessíveis dos Estados Unidos.

Com 92.000 pessoas ainda sob ordens de evacuação na segunda-feira, os deslocados estão espalhados pelo sul da Califórnia, em abrigos, quartos de hotel, quartos extras de parentes e sofás de amigos, sem saber para onde ir enquanto o perigo extremo de incêndios persiste por mais uma semana.

A busca por moradia de longo prazo já provocou disputas por aluguéis em alguns bairros próximos aos incêndios. No sofisticado bairro de Brentwood, ao lado do incêndio de Palisades, um corretor de imóveis recebeu subitamente 1.000 candidatos para um novo anúncio de aluguel. Em Pasadena, uma família cuja casa foi destruída no incêndio de Eaton, em Altadena, disse que está prestes a perder o aluguel de emergência de curto prazo onde têm vivido desde os incêndios para outra família disposta a pagar US$ 8.000 por mês.

Alguns evacuados, como Lila King, acabaram morando em seus veículos. King, de 75 anos, tem alternado entre motéis e dormido em sua caminhonete com seu filho de 40 anos desde que foram deslocados pelo incêndio de Eaton.

Ela passou recentemente por uma cirurgia após quebrar várias costelas em uma queda, e as noites dormindo em sua caminhonete têm agravado suas dores. Disse que tem sobrevivido com tacos de um posto de gasolina próximo e se perguntando quando, ou se, poderá voltar para sua casa móvel em Altadena, uma comunidade não incorporada ao pé das montanhas San Gabriel devastada pelo incêndio de Eaton.

— Estamos tentando conseguir ajuda para encontrar um lugar. Estou preocupada — disse ela.

A Cruz Vermelha Americana e outras agências abriram oito abrigos no condado de Los Angeles, capazes de acomodar quase 800 evacuados; o maior, no Pasadena Civic Auditorium Exhibition Hall, abrigava quase 500 pessoas.

Alguns deslocados pelos incêndios estão dormindo em sofás e quartos extras de familiares e amigos. Outros estão, por enquanto, em hotéis e aluguéis de temporada, contando ansiosamente os dias antes de precisarem encontrar outra moradia. — Estamos espalhados por toda parte — disse Nic Arnzen, vice-presidente do conselho comunitário de Altadena.

A casa de Arnzen foi uma das mais de 6.500 estruturas em Altadena que queimaram. Desde o incêndio, ele, seu marido, sua filha de 18 anos e um amigo da família estão amontoados em um aluguel do Airbnb com seus dois cães, gato e coelho.

Ele disse que quase todos os aproximadamente 45.000 moradores de Altadena foram deslocados e que a contaminação da água e os detritos tóxicos deixados pelo incêndio complicariam os esforços de retorno, mesmo para aqueles cujas casas sobreviveram. Alguns vizinhos se mudaram para casas de familiares, amigos e até estranhos nas proximidades. Outros se mudaram para fora do estado, pelo menos por enquanto.

Para muitos, as emoções e o impulso inicial deram lugar à realidade de que é necessário encontrar acomodações de longo prazo. — Já estávamos em uma crise habitacional. Todo mundo está lutando por um lar — disse Arnzen.

Práticas abusivas de preços em aluguéis e outros bens e serviços são proibidas na Califórnia sob a declaração de emergência emitida pelo governador Gavin Newsom. Isso significa que os aluguéis não podem ser aumentados mais de 10% em relação ao que eram no início da emergência.

Mas uma análise de anúncios ativos de aluguel revelou que alguns tiveram aumentos de 15% a 64% desde os incêndios.

Várias famílias cujas casas queimaram disseram que estavam tão absorvidas lidando com as seguradoras e tentando retornar para avaliar os danos que ainda nem começaram a planejar além do horizonte do dia seguinte.

— É como estar perdido em uma névoa — disse Godwin Amafa, de 69 anos, cuja casa de 25 anos em Altadena foi destruída. Ele e sua esposa estão hospedados em um hotel em Pasadena e disseram que a diária de US$ 140 parecia razoável, mesmo com o aumento de evacuações.

Julio Partida, de 58 anos, e sua família passaram alguns dias em um Airbnb em City Terrace, a leste do centro de Los Angeles. Família e amigos ofereceram espaço em suas casas depois disso, mas o Sr. Partida disse que não sabia onde sua família acabaria. Ainda é difícil, ele disse, pensar em longo prazo.

Mais perto do Rose Bowl Stadium, onde os Colemans estão estacionados, o Estacionamento F tornou-se um centro de operações, onde bombeiros e outros oficiais têm podido reabastecer e descansar.

A casa dos Colemans em Altadena foi poupada e, por enquanto, o casal disse que está esperando o risco de incêndio diminuir e a liberação para reentrar no bairro. Para passar o tempo, eles têm checado notícias sobre os incêndios em seus celulares e levado seus três cães — Trixie, Molly e Waldo — para passear. — Vamos apenas esperar — disse Coleman, de 80 anos.

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Golpe do IPVA 2025: criminosos oferecem desconto em link falso para motoristas. Saiba como se proteger

Criminosos estão utilizando links falsos para aplicar golpes relacionados ao pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de 2025. A empresa de segurança digital Kaspersky identificou pelo menos 15 domínios usados para enviar mensagens SMS com links de sites fraudulentos que simulam a cobrança do imposto.

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A vítima é atraída pela promessa de um desconto de 45% no pagamento do IPVA. Na mensagem, os criminosos usam um endereço eletrônico com domínio “.org” para dar aparência de site oficial.

Após clicar no link, mais uma tática para criar uma falsa sensação de segurança: ao digitar os dados da placa, todos os dados do veículo aparecem no site.

Print do site falso usado por criminosos — Foto: Divulgação/ Kaspersky

Com a confiança da vítima conquistada, a plataforma solicita o número de CPF do contribuinte com a justificativa de que a informação é uma etapa do procedimento para o pagamento da cobrança. Segundo a Kaspersky, o dado será utilizado para possíveis futuros golpes.

A última etapa da fraude é o pagamento falso do IPVA por QR Code do Pix. Na verdade, o dinheiro é transferido para uma conta de titularidade dos criminosos.

Print do SMS com o link falso enviado para as vítimas — Foto: Divulgação/ Kaspersky

Para Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, esse golpe se aproveita da vontade de motoristas economizarem no pagamento do imposto, além de utilizar mecanismos para conquistar a confiança das vítimas.

“Este golpe foi a versão mais agressiva que encontramos de phishing (crime para obtenção de informações pessoais) utilizando IPVA como isca até o momento, pois ele se aproveita bastante de fatores que dão a sensação de veracidade, como o site “.org” que é idêntico a um site oficial e a exibição dos dados do veículo apenas com a inserção da placa”, alerta.

Como se proteger do golpe do IPVA?

Para evitar cair no golpe, a Kaspersky recomenda aos contribuintes a desconsiderar ofertas que parecem boas demais para ser verdade, pois descontos significativos e inesperados são um sinal de alerta. É importante verificar cuidadosamente os links antes de clicar e nunca inserir informações pessoais em sites suspeitos.

Além disso, evite fornecer dados pessoais e financeiros em páginas desconhecidas ou não verificadas. Sempre confirme informações diretamente com fontes oficiais, como órgãos governamentais, para garantir a autenticidade de cobranças relacionadas a impostos.

Manter o antivírus atualizado ajuda a identificar links maliciosos e sites falsos. Por fim, o motorista precisa se manter informado sobre as táticas de phishing para reconhecê-las e evitar compartilhar mensagens suspeitas para não espalhar possíveis golpes.

A Secretaria estadual de Fazenda também fez um alerta para golpes envolvendo o IPVA. No ano passado, a pasta afirmou ter recebido “denúncias de contribuintes direcionados para sites falsos que geram boletos fraudulentos ou incentivam pagamentos via Pix, modalidade não aceita pelo Fisco Estadual”. Em casos suspeitos, a orientação do governo do estado é procurar a Polícia Civil.

Pagamento de IPVA no Estado do Rio

Desde o dia 8 de janeiro pode ser emitido o Documento de Arrecadação do Estado do Rio de Janeiro (Darj) para o pagamento do IPVA 2025. A emissão poderá ser feita no Portal do IPVA da Secretaria estadual de Fazenda ou na página do Bradesco.

Como já aconteceu em anos anteriores, o pagamento do IPVA 2025 poderá ser feito à vista, com desconto de 3%, ou parcelado em três cotas mensais iguais, sem abatimento. Vale lembrar que veículos com mais de 15 anos de fabricação ficam isentos do pagamento de IPVA.

Para emitir o documento, basta informar os números do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) e do CPF ou do CNPJ do proprietário. A GRD pode ser paga em qualquer banco, inclusive por meio de internet banking. O IPVA do Rio ficou, em média, 4,39% mais barato em 2024.

O calendário de vencimento do imposto começará no dia 22 de janeiro, quando vencerá a cota única ou a primeira parcela do imposto para veículos com placas terminadas em 0. A última parcela vai vencer em 11 de abril, para automóveis e motocicletas com placas de final 9. Confira o cronograma completo abaixo.

Calendário do IPVA 2025 no Rio

Final de placa 0

Cota única ou primeira parcela – 22 de janeiro

Segunda parcela – 21 de fevereiro

Terceira parcela – 22 de março

Final de placa 1

Cota única ou primeira parcela – 23 de janeiro

Segunda parcela – 22 de fevereiro

Terceira parcela – 26 de março

Final de placa 2

Cota única ou primeira parcela – 24 de janeiro

Segunda parcela – 23 de fevereiro

Terceira parcela – 27 de março

Final de placa 3

Cota única ou primeira parcela – 25 de janeiro

Segunda parcela – 26 de fevereiro

Terceira parcela – 1º de abril

Final de placa 4

Cota única ou primeira parcela – 26 de janeiro

Segunda parcela – 27 de fevereiro

Terceira parcela – 2 de abril

Final de placa 5

Cota única ou primeira parcela – 29 de janeiro

Segunda parcela – 29 de fevereiro

Terceira parcela – 4 de abril

Final de placa 6

Cota única ou primeira parcela – 30 de janeiro

Segunda parcela – 1º de março

Terceira parcela – 5 de abril

Final de placa 7

Cota única ou primeira parcela – 31de janeiro

Segunda parcela – 4 de março

Terceira parcela – 8 de abril

Final de placa 8

Cota única ou primeira parcela – 1º de fevereiro

Segunda parcela – 6 de março

Terceira parcela – 9 de abril

Final de placa 9

Cota única ou primeira parcela – 2 de fevereiro

Segunda parcela – 8 de março

Terceira parcela – 11 de abril

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7 formas comprovadas de ajudar o planeta em 2025

Pela primeira vez, o limite crítico de aumento de 1,5 ºC das temperaturas globais foi ultrapassado por um ano inteiro em 2024. O rápido aquecimento chama mais uma vez a atenção para a necessidade urgente de reduzir as emissões globais de carbono.

Grande parte do trabalho necessário para frear as mudanças climáticas vai além das possibilidades individuais de cada pessoa. É preciso fazer crescer a produção de energia renovável e suspender a extração de petróleo, gás e carvão.

Mas pesquisas indicam que as ações individuais também podem ser importantes.

Ocorre que, às vezes, esta parece uma tarefa assustadora e ficamos sem saber por onde começar.

Quais medidas podem realmente fazer a diferença de forma significativa?

Reunimos algumas das atitudes mais importantes que você pode tomar para viver uma vida mais sustentável em 2025. Elas variam desde comer mais alimentos de origem vegetal e reduzir o número de voos de avião até passar a usar mais roupas de segunda mão.

1. Coma alimentos de origem vegetal

Calcula-se que, em 2033, o nosso pequeno planeta azul será habitado por dois bilhões de bois e vacas, um bilhão de porcos, 32 bilhões de aves e cerca de três bilhões de ovelhas — totalizando cerca de 38 bilhões de animais de criação.

Ao longo da vida, esses animais irão liberar metano e óxido nitroso, dois potentes gases causadores do efeito estufa. O efeito destas moléculas sobre o aquecimento do planeta é, respectivamente, 28 e 265 vezes maior do que o dióxido de carbono, sem falar nas imensas extensões de terra e da quantidade de água necessária para sua criação.

É consenso entre a comunidade científica que uma das medidas mais eficazes que a nossa espécie pode tomar para evitar o aumento cada vez maior das temperaturas do planeta é mudar o seu padrão alimentar, passando a comer menos carne.

Um estudo realizado no Reino Unido concluiu que a dieta vegana pode emitir apenas 25% das emissões de carbono das pessoas que comem maior quantidade de carne. Além disso, a alimentação vegana e ovolactovegetariana consome muito menos água para sua produção e causa menos danos à biodiversidade do que a dieta onívora.

A dieta vegana chega a emitir apenas 25% do carbono gerado pelas pessoas que comem maior quantidade de carne

Em 2022, a editora da BBC Earth Martha Henriques (que é ovolactovegetariana) e a jornalista Zaria Gorvett (vegana) decidiram colocar à prova esta afirmação. Elas rastrearam as emissões de carbono das suas refeições ao longo de uma semana.

As jornalistas concluíram que a dieta vegana realmente tem menores emissões totais. Mas, em alguns dias da semana, a dieta ovolactovegetariana foi a vencedora.

E, surpreendentemente, a quantidade gerada de resíduos alimentares e os métodos de cozimento empregados a cada dia também causaram impactos significativos.

2. Evite viajar de avião

O setor de transporte é a maior fonte de emissões dos Estados Unidos. O setor é responsável por quase um terço do total de emissões de carbono do país e representa 16% das emissões globais.

Mudanças de infraestrutura são fundamentais para ajudar as pessoas a reduzir as emissões causadas pelo transporte, mas as ações individuais ainda podem trazer grandes progressos neste caminho.

Se você viaja de avião regularmente, o transporte provavelmente representa uma enorme parcela da sua pegada de carbono. Por isso, eliminar alguns voos é uma das melhores formas de viver com mais sustentabilidade.

Usar o trem, ônibus ou até o carro com mais de uma pessoa, quase sempre, reduz a emissão de carbono por quilômetro percorrido.

Reduzir os voos também irá provavelmente fazer você viajar para locais mais perto de casa, diminuindo ainda mais as emissões de carbono.

Em 2024, uma das redatoras da BBC Future, Matilda Welin, chegou a substituir o avião pela bicicleta, em uma viagem entre Londres e a Suécia.

O custo e o tempo de viagem foram muito maiores do que o avião, mas a viagem foi “inesquecível”, permitindo que ela observasse o mundo “à velocidade humana”. Agora, ela sente que está preparada para outras viagens de bicicleta um pouco mais curtas, substituindo o carro e o trem.

Se você optar pelo carro, escolha um veículo pequeno, com menor consumo de gasolina e menos necessidade de energia e material para sua fabricação, reduzindo suas emissões de gases do efeito estufa. E os carros elétricos são benéficos para o clima, em comparação com os veículos movidos a combustíveis fósseis.

Independentemente do seu tipo de carro, dirigir menos pode trazer grandes benefícios, especialmente em viagens curtas que podem ser feitas a pé ou de bicicleta — o que também irá fazer bem para a saúde.

É claro que, se for possível, eliminar de vez o seu carro também é uma boa forma de reduzir as emissões de carbono.

3. Compre menos roupas

A moda é um grande fator que contribui para o aquecimento global. O setor é responsável por 8 a 10% das emissões globais, o que é mais do que a soma combinada da aviação e do transporte marítimo.

A cada segundo, o equivalente a um caminhão de lixo cheio de roupas é queimado ou enterrado em aterros, segundo a organização sem fins lucrativos Fundação Ellen MacArthur.

Como transformar nosso guarda-roupa em algo mais sustentável? Bem, o melhor a fazer é comprar menos roupas novas, especialmente produtos de fast fashion que, muitas vezes, são produzidos com materiais não sustentáveis.

Você pode alugar roupas, reciclar seu guarda-roupa atual ou comprar roupas usadas em brechós ou plataformas online.

Roupas renovadas ou de segunda mão compõem atualmente apenas 9% do guarda-roupas médio nos Estados Unidos. Mas os brechós estão crescendo mais do que qualquer outro canal de distribuição no setor de moda norte-americano. Espera-se que este mercado atinja cerca de US$ 90 bilhões (ao redor de R$ 550 bilhões) nos próximos 10 anos.

Lavar as roupas com menos frequência também pode ajudar a reduzir a pegada de carbono do seu guarda-roupas. Você irá reduzir o uso de energia e evitar que perigosos microplásticos cheguem aos cursos d’água.

Também é importante pensar no que fazer com suas roupas no final do ciclo de vida.

Reciclar completamente as roupas é difícil e apenas 1% dos produtos reciclados são transformados em novas peças. Mas você pode doar as roupas, vendê-las, passá-las para amigos ou transformá-las em projetos de artesanato.

Produtos jogados no cesto de lixo podem acabar em aterros ou ser incinerados, resultando em novas emissões de gases do efeito estufa.

Em vez de comprar produtos de ‘fast fashion’, é melhor alugar roupas ou comprar de segunda mão em brechós.

4. Reduza a pegada de carbono do seu pet

Todos nós adoramos nossos animais de estimação. Mas as pesquisas indicam que criar animais nem sempre é a ação mais sustentável.

Os gatos, por exemplo. Eles podem produzir mais de três toneladas de CO2 ao longo da vida, o que equivale a dirigir um carro a gasolina por 12.070 km.

Felizmente, existem formas de reduzir a pegada de carbono das patas dos nossos animais. Uma opção é adotar fontes de proteína mais sustentáveis na sua alimentação.

A produção de peixe, por exemplo, causa um quarto das emissões em relação à criação de bois e carneiros.

Outra fonte de proteína alternativa que vem ganhando popularidade no setor de ração animal são os insetos. Eles podem ser alimentados com resíduos alimentares e apresentam alta taxa de conversão de alimentos em carne.

Uma forma simples e, talvez, surpreendente de tornar seu adorado cãozinho mais sustentável é adotar sacos reciclados para a coleta das suas fezes — ou alternativas compostáveis, que apresentam impacto climático surpreendentemente menor — para substituir os sacos plásticos descartáveis.

5. Analise alternativas de aquecimento

Manter nossas casas e edifícios quentes no inverno é um dos maiores desafios do setor de energia sustentável.

Os combustíveis fósseis ainda atendem 60% da demanda mundial de energia para aquecimento e as emissões continuam crescendo, apesar do aumento do uso de energia renovável no setor.

Para podermos desligar nossos aquecedores — ou pelo menos reduzir o termostato, por enquanto — o que podemos usar em substituição ao gás para manter nossas casas aquecidas com segurança?

Cientistas e engenheiros em Bruxelas, na Bélgica, examinaram o subsolo das ruas da cidade em busca do sistema de esgoto, para aquecer as construções. E um projeto similar em Vancouver, no Canadá, já ajuda a aquecer residências no subúrbio de False Creek.

Em outros lugares, centros de dados e o próprio corpo humano são outras possíveis fontes de calor que pode ser canalizado para reduzir o uso dos combustíveis fósseis.

Canalizar aquele convidativo calor residual, normalmente, é um projeto municipal ou distrital. Mas também estão surgindo opções de baixo uso de carbono para os indivíduos.

Em 2030, as bombas de calor poderão reduzir as emissões globais de CO2 em pelo menos 500 milhões de toneladas

As bombas de calor passaram a ser uma das formas de aquecimento com uso mais eficiente de carbono, ao lado da energia térmica solar.

Os custos de instalação das bombas de calor sofreram leve declínio no mercado internacional e uma análise indica que eles devem cair um pouco mais até 2030. Seu custo inicial ainda é alto, mas 30 países oferecem incentivos financeiros para a instalação de bombas de calor.

A Agência Internacional de Energia estima que, até 2030, as bombas de calor poderão reduzir as emissões globais de CO2 em pelo menos 500 milhões de toneladas — o equivalente à emissão atual de carbono de todos os carros europeus por ano.

Enquanto isso, para quem ainda depende do aquecedor a gás, algumas medidas básicas podem aumentar sua eficiência e reduzir as contas de energia, como melhor isolamento, rolos para vedar portas e espessas cortinas.

6. Invista em aposentadoria verde

Quando discutimos a sustentabilidade, raramente pensamos nas nossas finanças pessoais. Mas a forma como economizamos, investimos e gastamos nosso dinheiro pode trazer consequências surpreendentes para o clima do planeta.

Os bancos são os maiores financiadores de combustíveis fósseis. O dinheiro que você coloca no banco não vai diretamente para aquele setor, mas os especialistas afirmam que ele pode fazer diferença para o seu aspecto social.

Se você não estiver satisfeito com as políticas atuais do seu banco, você pode tentar mudar seu dinheiro para uma cooperativa de crédito ou para o setor de financiamento imobiliário. Nestes casos, devido à sua forma de investimento, é menos provável que o seu dinheiro seja usado para financiar combustíveis fósseis.

Por outro lado, sua aposentadoria é uma das formas mais diretas que existem para fazer seus gastos ficarem mais verdes.

Os fundos de pensão são os maiores investidores do mercado global de capitais. Seus ativos totalizam mais de US$ 56 trilhões (cerca de R$ 342 trilhões), o que faz da sua aposentadoria uma ferramenta incrivelmente poderosa.

Ainda assim, as pessoas nem mesmo sabem onde sua aposentadoria é investida.

Uma boa medida para começar é perguntar à sua administradora de pensões quais são suas opções e políticas de sustentabilidade.

Pesquisas indicam que ações individuais somadas podem ajudar a combater o aquecimento global

7. Reduza o consumo de plástico descartável

O plástico invadiu todos os setores da nossa existência. Microplásticos já foram encontrados no gelo marinho da Antártida, em animais que vivem nas fronteiras mais profundas do oceano, nos nossos alimentos e na água que bebemos.

Estima-se que a produção de plástico pelo menos dobre até 2050. E os resíduos plásticos nos Estados Unidos vêm crescendo continuamente desde 1960.

Se continuarmos consumindo plástico nos níveis atuais, sua produção poderá consumir 20% do petróleo extraído até 2050. E mais de 99% do plástico são produzidos com substâncias derivadas de combustíveis fósseis.

Eliminar completamente o plástico é difícil, mas podemos tomar medidas para reduzir o seu consumo. Isso ajuda não só o planeta, mas também nossa saúde, já que alguns tipos de plástico foram relacionados à infertilidade e problemas endócrinos.

Comprar legumes e verduras soltos é uma ótima forma de eliminar o plástico das nossas compras semanais. Mas, muitas vezes, ainda é preciso transportá-los em sacolas – que, normalmente, são de plástico.

A solução é levar nossa própria sacola reutilizável de tecido para as compras.

Fazendas espalhadas pelo Reino Unido estão instalando máquinas de venda de leite — e esta tendência está começando a se espalhar pela América do Norte. Nelas, é possível levar sua própria garrafa de vidro (ou comprar uma, ali mesmo) e enchê-la com leite fresco, eliminando o uso de embalagens descartáveis.

Você também pode começar a comprar em uma loja de resíduo zero. Nelas, você pode reabastecer seus produtos de limpeza e toalete sem consumir mais plástico.

Basta ter uma lata (comprada na própria loja ou uma embalagem de biscoitos reaproveitada), um dispensador de sabonete e uma garrafa com pulverizador para pedir novamente os produtos conforme sua necessidade. E eles são entregues em uma embalagem de papel.

Já os filmes plásticos podem ser substituídos por embalagens de cera de abelha. Elas são disponíveis em padrões lisos ou com belas estampas e podem ser usadas para sempre, desde que sejam revestidas com cera de abelha à medida que se desgastam.

A reciclagem dos utensílios de plástico é difícil, nos Estados Unidos e em outros países. Por isso, pense duas vezes se eles realmente são necessários ou carregue com você um kit de utensílios portáteis. Eles costumam ser oferecidos em práticas embalagens de transporte.

Esta medida também se aplica aos canudos. Os canudos de papel não são necessariamente melhores para o meio ambiente que os de plástico. Por isso, inclua um canudo reutilizável no seu kit!

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Earth.