Idoso que morreu após ganhar na Mega-Sena teve parada cardiorrespiratória, diz laudo

Antônio Lopes — o idoso de 74 anos que morreu após ganhar R$ 201 milhões na Mega-Sena — foi vítima de uma parada cardiorespiratória. Esse foi o resultado de um laudo preliminar do caso divulgado nesta sexta-feira (6/12), pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

Pecuarista e morador de Cuiabá, o idoso ganhou um sorteio da Mega-Sena realizado em novembro. Ele morreu na segunda-feira (3/12), enquanto estava em uma clínica odontológica na capital mato-grossense onde fazia tratamento odontológico.

Antônio, que era hipertenso e tinha diabetes, deixou quatro filhos. Segundo informações do portal g1, a Polícia Civil do Mato Grosso levanta informações junto à clínica para finalizar a questão sobre qual foi a causa da morte do idoso. Foram recolhidas imagens das câmeras de segurança para análise.

Em nota, a clínica disse que está acompanhando a situação da família do paciente com atenção e oferecendo o suporte necessário. Eles informam ainda que aguardam a conclusão dos laudos técnicos especializados e acompanham a investigação.

Antônio Lopes morreu dias após receber o prêmio da Mega-Sena

O curioso transtorno que faz homens acreditarem que perderam o pênis

“NÃO TENHA MEDO DO KORO”, dizia a manchete do jornal Straits Times em 7 de novembro de 1967. Nos dias anteriores, um fenômeno peculiar havia se espalhado por Singapura. Milhares de homens haviam se convencido espontaneamente de que seus pênis estavam encolhendo — e que isso acabaria matando-os.

A histeria em massa tomou conta rapidamente. Os homens tentavam desesperadamente segurar seus órgãos genitais, usando tudo o que tinham à mão: elásticos, prendedores de roupa, barbante. Médicos locais inescrupulosos lucraram, recomendando várias injeções e remédios tradicionais.

Corria o boato de que a súbita retração do pênis era causada por algo que os homens haviam comido. Os moradores locais desconfiavam da carne suína, especificamente de porcos que haviam sido vacinados como parte de um programa que o governo havia imposto às fazendas de Singapura. As vendas de carne suína despencaram rapidamente.

Embora as autoridades de saúde pública tenham se esforçado para conter o surto de histeria, explicando que aquilo era causado apenas pelo “medo psicológico”, não funcionou. No fim das contas, mais de 500 pessoas procuraram tratamento em hospitais públicos.

Na verdade, o medo de perder o pênis é mais comum do que se imagina. Ele aparece com bastante regularidade em determinadas culturas ao redor do mundo.

No Sudeste Asiático e na China, é comum o suficiente para ter até um nome: “koro”, que remete possivelmente — e de forma bastante visual — à palavra javanesa para tartaruga, referindo-se à sua aparência quando retrai a cabeça para dentro do casco.

O koro tem uma história que remonta a milhares de anos, mas o surto mais recente ocorreu em 2015, no leste da Índia. No total, 57 pessoas foram afetadas, incluindo oito mulheres, para quem a síndrome tende a se manifestar como um medo de que seus mamilos estejam se retraindo para dentro do corpo.

O koro é considerado uma síndrome ligada à cultura — um transtorno mental que só existe em certas sociedades. Durante décadas, distúrbios “intraduzíveis” como este foram estudados como meras curiosidades científicas, que existiam em partes do mundo onde as pessoas aparentemente não tinham conhecimento.

Os transtornos mentais ocidentais, por outro lado, eram vistos como universais — e você poderia garantir que todo problema “genuíno” seria encontrado nas páginas sagradas da bíblia psiquiátrica americana, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (mais comumente conhecido como DSM, na sigla em inglês). Mas hoje os cientistas estão percebendo cada vez mais que este não é o caso.

No mundo islâmico, os transtornos mentais são frequentemente atribuídos a espíritos malignos

Na região do planalto central do Haiti, as pessoas adoecem regularmente com reflechi twòp (“pensar demais”, literalmente), que envolve ruminar sobre seus problemas até que você mal consiga sair de casa.

Na Coreia do Sul, por sua vez, existe o hwa-byung (“vírus da raiva”, em tradução livre) —, que é causado ao reprimir sentimentos sobre algo que você considera injusto, até que você sucumba a alguns sintomas físicos alarmantes, como uma sensação de queimação no corpo.

Lidar com membros da família irritantes é um grande fator de risco — é comum durante divórcios e conflitos com parentes.

Embora, para os não iniciados, esses transtornos mentais possam parecer excêntricos ou até mesmo inventados, na verdade, eles são problemas sérios e legítimos de saúde mental que atingem um grande número de pessoas.

Estima-se que o hwa-byung afete cerca de 10 mil pessoas na Coreia do Sul todos os anos — em sua maioria, mulheres casadas mais velhas —, e uma pesquisa mostrou que ele deixa uma marca mensurável no cérebro.

Em 2009, exames de imagem revelaram que quem sofre deste distúrbio apresentava menor atividade em uma área do cérebro conhecida por estar envolvida em tarefas relacionadas à emoção e controle de impulsos. Isso faz sentido, já que o hwa-byung é um transtorno de raiva.

As consequências das síndromes vinculadas à cultura podem ser devastadoras. Os ataques de koro podem ser tão convincentes que os homens causam graves danos aos seus órgãos genitais, na tentativa de impedi-los de retrair.

As pessoas que sofrem de reflechi twòp têm oito vezes mais chance de ter pensamentos suicidas, enquanto o hwa-byung tem sido associado a sofrimento emocional, isolamento social, desmoralização e depressão, dor física, baixa autoestima e infelicidade.

Curiosamente, algumas doenças intraduzíveis desapareceram recentemente, enquanto outras estão se espalhando para novas partes do mundo.

Mas, afinal, de onde vêm essas doenças, e o que determina onde elas são encontradas? A busca por respostas tem fascinado antropólogos e psiquiatras há décadas — e agora suas descobertas estão norteando nossa compreensão da própria origem dos transtornos mentais.

Exportação do Ocidente

O prêmio de doença vinculada à cultura com a história mais surpreendente vai, sem dúvida, para a “neurastenia” (também conhecida como shenjing shuairuo). Embora ocorra principalmente na China e no Sudeste Asiático atualmente, trata-se, na verdade, de um transtorno colonial do século 19.

A neurastenia foi popularizada pelo neurologista americano George Miller Beard, que a descreveu como uma “exaustão do sistema nervoso”. Na época, a Revolução Industrial estava gerando uma grande reviravolta na vida cotidiana, e ele acreditava que a neurastenia — uma síndrome caracterizada por dor de cabeça, fadiga e ansiedade, entre outras coisas — era resultado disso.

Às vezes, as doenças relacionadas à cultura ocorrem apenas em uma determinada classe social ou época

“Quando romancistas famosos como Marcel Proust foram diagnosticados, o transtorno se tornou bastante popular”, diz Kevin Aho, filósofo da Universidade da Costa do Golfo da Flórida, nos EUA, que estudou a história do transtorno.

“Era praticamente uma tendência, e indicava sensibilidade, criatividade intelectual — era uma espécie de indicador da sofisticação de alguém.”

Por fim, a neurastenia se espalhou para as colônias europeias ao redor do mundo, onde foi “contraída” com entusiasmo por oficiais bigodudos e suas esposas, como uma forma de adicionar um rótulo ao sentimento de saudade de casa.

De acordo com uma pesquisa realizada em 1913, a neurastenia foi o diagnóstico mais prevalente entre os colonizadores brancos na Índia, Sri Lanka (então Ceilão), China e Japão.

Com o passar dos anos, a neurastenia perdeu gradualmente seu apelo no Ocidente, à medida que foi associada a problemas psiquiátricos mais graves. Agora foi completamente esquecida.

Em outros lugares, porém, aconteceu o contrário: foi usada como um diagnóstico que não trazia o estigma do transtorno mental — e continua em uso até hoje.

Em algumas partes da Ásia, é mais provável que as pessoas digam que têm neurastenia do que depressão. Um estudo de 2018 realizado com uma amostra aleatória de adultos de Guangzhou, na China, mostrou que 15,4% se identificaram como tendo neurastenia, contra 5,3% que disseram ter depressão.

Mas a neurastenia também está desaparecendo da Ásia agora.

“Quando entrevistei pacientes pela primeira vez em um hospital psiquiátrico em Ho Chi Minh, no Vietnã, em 2008, quase todos disseram que tinham neurastenia”, conta Allen Tran, antropólogo psicólogo da Universidade Bucknell, na Pensilvânia, nos EUA.

“Então, quando fiz uma pesquisa de acompanhamento dez anos depois, acho que apenas uma pessoa da minha amostra disse que a tinha (neurastenia).”

O que está acontecendo?

Normas culturais

Há dois cenários possíveis acontecendo aqui. Em primeiro lugar, existe a ideia de que toda a humanidade é suscetível à mesma variedade limitada de transtornos mentais — todos nós nos sentimos ansiosos e deprimidos, por exemplo, mas a maneira como falamos sobre essas coisas varia dependendo de quando e onde você vive.

O fato de que as doenças vinculadas à cultura podem ser adquiridas e desaparecer dentro de uma única comunidade, e com tanta rapidez, é uma pista importante.

Isso sugere que elas não são impulsionadas, por exemplo, por fatores genéticos, uma vez que este tipo de mudança geralmente leva centenas ou milhares de anos, em vez de dezenas.

Em vez disso, a rápida extinção da neurastenia no Vietnã pode ser atribuída à crescente popularidade do conceito de ansiedade, que foi importado do exterior.

É possível que a incidência real de transtornos mentais tenha sido a mesma durante todo esse tempo, mas, conceitualmente, uma foi substituída pela outra, explica Tran.

Em algumas culturas, a angústia e a tristeza podem se manifestar com sintomas físicos

Nesse sentido, o autor e historiador médico Edward Shorter sugeriu que cada sociedade tem seu próprio “repertório de sintomas”, que é o conjunto de sintomas dos quais nos valemos inconscientemente quando começamos a nos sentir mal mentalmente.

Por exemplo, uma mulher da era vitoriana em luto poderia dizer que se sentia fraca, enquanto sua contraparte moderna no Reino Unido poderia sugerir que se sentia ansiosa ou deprimida, e alguém na mesma situação na China poderia afirmar que estava com dor de estômago.

Nesse cenário, todas teriam tido experiências idênticas — talvez todas tenham se sentido fracas, tensas ou sofrido com dor física —, mas os sintomas aos quais prestaram mais atenção eram diferentes, dependendo do que era considerado normal em sua sociedade.

No Reino Unido, a ultrapassada “histeria” — que acreditava-se afetar principalmente as mulheres e causar desmaios, explosões emocionais e nervosismo — desapareceu do imaginário popular no início do século 20.

Mas Shorter sugere que ela não desapareceu de fato. Em vez disso, o conjunto de sintomas que procuramos evoluiu. Atualmente, o mesmo fenômeno mental se esconde atrás de outros diagnósticos, como a depressão.

Isso se encaixa em outro conceito que vem ganhando popularidade, “expressões idiomáticas de angústia”, que sugere que cada cultura tem certas formas aceitáveis e estabelecidas de expressar angústia emocional em um determinado momento.

Em uma sociedade, você pode exagerar na bebida, enquanto em outras pode dizer que é vítima de bruxaria ou diagnosticar a si mesmo com transtornos como koro ou depressão.

Por exemplo, no mundo islâmico, acredita-se amplamente que é possível ser possuído por jinns, ou espíritos malignos. Eles podem ser bons, maus ou neutros, mas geralmente são culpados pelo comportamento errático. O conceito é tão popular que está até no livro sagrado dos muçulmanos, o Alcorão.

“Muitos dos meus pacientes têm esta crença muito forte”, diz Shahzada Nawaz, psiquiatra do North Manchester General Hospital, no Reino Unido.

Nawaz explica que a capacidade de invocar espíritos é particularmente útil nas culturas islâmicas, devido ao estigma que tende a acompanhar os transtornos mentais ocidentais.

Um estudo com 30 pacientes de Bangladesh que frequentavam um serviço de saúde mental em um bairro do leste de Londres mostrou que, embora eles tivessem sido diagnosticados com uma variedade de problemas, como esquizofrenia e transtorno bipolar, seus familiares geralmente achavam que se devia à possessão por jinns.

A neurastenia é um transtorno colonial do século 19, que ocorre hoje principalmente na China e no Sudeste Asiático

Mas será que os transtornos vinculados à cultura são realmente apenas resultado de diferenças no rótulo? Outra possibilidade tentadora é que a sociedade em que vivemos possa, de fato, influenciar a maneira como ficamos doentes.

Dor física x dor psicológica

Acontece que existe uma diferença global invisível na forma como as pessoas sentem angústia. Nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Europa, pelo menos no século 21, a tendência é que a angústia ocorra na mente, com a predominância de sintomas como tristeza, raiva ou ansiedade.

Mas isso, na verdade, é muito estranho. Em muitas partes do mundo, em países tão diversos quanto China, Etiópia e Chile, ela se manifesta fisicamente.

Por exemplo, a edição mais atualizada do DSM descreve um ataque de pânico como “uma onda abrupta de medo intenso ou desconforto intenso”.

No entanto, nos refugiados cambojanos, os sintomas tendem a se concentrar no pescoço. Muitos transtornos mentais não ocidentais, como o koro e o hwa-byung, se encaixam neste padrão de percepção de sintomas físicos.

Por outro lado, os transtornos mentais que envolvem a percepção da dor são raros no mundo ocidental e calorosamente debatidos. Alguns cientistas acreditam que a síndrome da fadiga crônica e a fibromialgia se enquadram nesta categoria, embora isso seja controverso.

Na verdade, sabe-se há anos que nossas crenças podem ter um efeito poderoso sobre a maneira como nos sentimos — e até mesmo sobre nossa biologia. Um exemplo é a “morte vodu”, na qual uma morte súbita é provocada pelo medo.

Em um caso famoso documentado por um dos primeiros exploradores da Nova Zelândia, uma mulher maori comeu acidentalmente algumas frutas de um local considerado proibido. Depois de anunciar que o espírito do chefe a mataria pelo ato de sacrilégio, ela morreu no dia seguinte.

Se alguém poderia provocar a própria morte, apenas pelo medo, não está claro.

No entanto, há fortes evidências de que nossos pensamentos e sentimentos podem ter um impacto físico tangível, como quando um paciente espera que um medicamento tenha efeitos colaterais e, por isso, ele acaba tendo — conhecido como efeito nocebo.

“Eu diria que há, sem dúvida, casos em que o significado atribuído às experiências realmente muda biologicamente o que essa experiência é”, diz Bonnie Kaiser, especialista em antropologia psicológica da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos EUA.

Ela dá o exemplo do transtorno kyol goeu (“sobrecarga de vento”, em tradução literal), um enigmático desmaio que é prevalente entre os refugiados do Khmer Vermelho nos EUA.

Em seu país natal, o Camboja, acredita-se que o corpo está repleto de canais que contêm uma substância semelhante ao vento — e, se eles forem bloqueados, a overdose de vento resultante fará com que o paciente perca permanentemente o uso de um membro ou morra.

De 100 pacientes refugiados do Khmer em uma clínica psiquiátrica nos EUA, um estudo constatou que 36% já haviam tido um episódio do transtorno em algum momento.

Os ataques geralmente ocorrem lentamente, começando com uma sensação geral de mal-estar. Até que, um dia, a vítima se levanta e percebe que está tonta — e é assim que ela sabe que o ataque está começando.

Por fim, elas vão cair no chão, incapazes de se mover ou falar até que seus parentes tenham administrado os primeiros socorros apropriados, que geralmente consistem em massagear seus membros ou morder seus tornozelos.

Embora os medicamentos sejam úteis para muita gente, indivíduos com certas crenças culturais podem se sentir mais confortáveis ??com tratamentos como a psicoterapia

Kaiser ressalta que, quando a maioria das pessoas sente uma tontura, elas simplesmente ignoram. Mas se alguém interpretar essa sensação como sinal do início de um ataque de kyol goeu, vai pensar: “Ai, meu Deus, algo terrível está acontecendo”.

“Elas realmente se preocupam com isso e entram em pânico”, explica.

O significado atribuído à sensação de tontura muda tudo.

“Basicamente, a experiência real no corpo se torna muito diferente”, diz Kaiser.

“Por isso, para mim, não se trata de algo que tem um nome diferente em lugares diferentes — essa doença simplesmente não existe em alguns lugares. A própria biologia dessa experiência é afetada pela cultura.”

De acordo com Kaiser, na realidade, é provável que, para muitos transtornos mentais, haja uma diferença na maneira como as pessoas interpretam as mesmas experiências físicas, e um ciclo de feedback positivo que permite que suas ideias culturais moldem a forma como elas se manifestam.

Revendo as doenças ocidentais

Como nossa compreensão das doenças vinculadas à cultura melhorou, alguns psicólogos começaram a questionar se certas condições de saúde mental ocidentais também se enquadram nesta categoria.

Embora certos transtornos pareçam ser universais — a esquizofrenia ocorre em todos os países do planeta, em uma taxa relativamente constante —, isso não é verdade para outros.

A bulimia é menos frequente nas culturas orientais, enquanto a tensão pré-menstrual (TPM) é praticamente inexistente na China, em Hong Kong e na Índia. Já se argumentou, de forma um tanto controversa, que a depressão é uma invenção do mundo de língua inglesa, decorrente da noção equivocada de que é normal ser feliz o tempo todo.

Na era moderna, seria ingênuo pensar que os transtornos mentais de que sofremos são independentes do nosso estilo de vida.

“Acho que há uma tremenda arrogância na forma como universalizamos esses transtornos mentais, e não os vemos como social e historicamente específicos”, diz Aho, ressaltando que o transtorno de déficit de atenção só foi adicionado ao DSM em 1980.

“Está claro que as crianças têm mais dificuldade em prestar atenção agora, porque são bombardeadas com estímulos sensoriais, e sua existência é amplamente mediada por telas. Portanto, não é como se tivéssemos acabado de descobrir uma entidade médica distinta — é possível ver a maneira como a tecnologia está moldando a vida mental, emocional e comportamental das crianças.”

Independentemente da causa, em um mundo com cada vez mais mobilidade, alguns especialistas estão preocupados com o fato de que transtornos culturalmente específicos não estão sendo reconhecidos pelos profissionais de saúde mental.

“Nas culturas do Leste Asiático, o vocabulário e a linguagem que as pessoas usam para expressar sua angústia e sintomas são bem diferentes”, diz Sumin Na, psicóloga da Universidade McGill, no Canadá.

Isso significa que, quando as pessoas do Leste Asiático migram para lugares como a América do Norte, muitas vezes não fica claro quando elas precisam de ajuda.

Os refugiados do Khmer nos EUA muitas vezes sofrem ataques de kyol goeu

“Por exemplo, em grande parte da sociedade ocidental, acho que vemos a depressão e a ansiedade como um desequilíbrio químico. E isso nos leva a procurar ajuda por meio do nosso médico e a tomar medicamentos”, diz ela.

“Mas, no Leste Asiático, é visto mais como uma preocupação social, espiritual ou familiar, de modo que as pessoas podem procurar ajuda espiritual ou encontrar maneiras de resolver conflitos familiares.”

Para que as pessoas recebam a ajuda de que precisam, Sumin Na diz que é importante entender o histórico do paciente — as normas culturais de onde ele vem e a perda de poder e privilégio que ele pode ter vivenciado quando se mudou, o que muitas vezes pode levar a problemas de saúde mental no futuro.

“Acho que também temos que tentar deixar de lado o que achamos que é o conhecimento ‘correto’ sobre saúde mental e transtorno mental, e não ficarmos muito presos a ele ou ao DSM-5 como a única maneira de entender e rotular os transtornos mentais”, acrescenta.

Da mesma forma, não é razoável esperar que os mesmos tratamentos funcionem para todos. A psicóloga sugere que, embora os medicamentos sejam úteis para muitas pessoas, aquelas com determinadas crenças culturais podem se sentir mais confortáveis com tratamentos como a psicoterapia.

Em uma época em que se observam perdas drásticas na diversidade de praticamente todos os outros tipos — de espécies a idiomas —, sugeriu-se que estamos em um precipício, potencialmente prestes a perder nossa variedade de transtornos mentais também.

No livro Crazy Like Us (“Loucos como nós”, em tradução livre), o autor Ethan Watters descreve como passamos as últimas décadas lenta e insidiosamente americanizando o transtorno mental — nos forçando colocar uma variedade de experiências emocionais e psicológicas existentes em algumas “caixas” aprovadas, como ansiedade e depressão — e “homogeneizando a maneira como o mundo enlouquece”.

Nesse processo, não só corremos o risco de perder diagnósticos e assim os tratamentos mais adequados, mas também a oportunidade de entender como os transtornos mentais se desenvolvem.

Leia a íntegra desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

Servidores da Educação poderão ganhar direito de matricular filhos nas escolas onde trabalham

Os servidores da educação pública terão um novo direito: o de matricular seus filhos nas escolas onde atuam. A medida foi aprovada pela Comissão de Educação (CE) do Senado na terça-feira (dia 03). O Projeto de Lei (PL) 2.529/2021 segue agora para votação no Plenário do Senado.

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O texto, que teve origem na Câmara dos Deputados, recebeu parecer favorável do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO). Em seu relatório, o senador destaca que a iniciativa visa reduzir as dificuldades logísticas enfrentadas pelos pais, especialmente mães, que muitas vezes precisam conciliar os horários escolares dos filhos com as suas próprias jornadas de trabalho.

– O projeto facilita o acesso à educação e aproxima ainda mais a família da escola.

Requisitos

Para garantir a matrícula do filho na escola onde o servidor trabalha, a unidade de ensino precisa oferecer a etapa escolar adequada e ter vagas disponíveis.

Essas condições foram determinadas por emendas do senador Paulo Paim (PT-RS), que enfatizou a necessidade de evitar sobrecarga nas escolas.

– Além da série correspondente, a escola precisa garantir que haja vagas nos anos subsequentes, de forma a respeitar a trajetória educacional da criança – explicou o relator.

Exclusão de escolas com processos seletivos

Outra mudança no projeto foi a inclusão de uma emenda do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que exclui do benefício as escolas que adotam processos seletivos.

Segundo Vanderlan, essa alteração é fundamental para garantir que a medida não prejudique o acesso de outros estudantes às vagas, preservando a “igualdade de condições” para todos.

Próximos passos

O projeto agora segue para uma análise final na Câmara dos Deputados, após as emendas aprovadas pela Comissão de Educação do Senado.

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Caro leitor, a investigação sobre tentativa de golpe de Estado, o interesse do bolsonarismo na OAB, a regulação das redes sociais e as condenações por injúria racial são temas desta edição. Inscreva-se na newsletter Fumus Boni Iuris. Boa leitura!

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Ford abre inscrições para programa de estágio com foco em inovação

A Ford, líder no setor automotivo, abre as inscrições para o seu Programa de Estágio 2025, oferecendo 95 vagas para universitários de diversas áreas. As oportunidades são para residentes em São Paulo (SP), Salvador (BA), e respectivas regiões metropolitanas, além de Tatuí (SP). Os interessados podem se inscrever até 25 de novembro pelo LinkedIn da empresa.

“O estágio na Ford representa uma oportunidade única para os jovens talentos que desejam se desenvolver em um ambiente inclusivo e colaborativo, trabalhando em projetos globais e inovadores”, afirma a equipe de Recursos Humanos da Ford.

Os candidatos devem estar matriculados no penúltimo ou último ano da graduação em áreas como engenharia (mecânica, mecatrônica, civil, elétrica, produção e outras), tecnologia (design, tecnologia da informação, análise de dados, ciência da computação, engenharia da computação, entre outros) e áreas de humanas (preferencialmente, administração, direito, economia, publicidade, marketing, comunicação e psicologia). A carga horária exigida é de seis horas diárias.

Os estagiários terão a oportunidade de atuar em diversas áreas da empresa, incluindo finanças, comunicação, recursos humanos, jurídico, compras, desenvolvimento de produto, regulamentações, tecnologia da informação, serviço ao cliente, marketing e vendas. A Ford oferece benefícios como bolsa-auxílio, convênio com academias (TotalPass), auxílios alimentação e mobilidade, seguro de vida e folga de aniversário.

O processo seletivo será composto por dinâmicas, entrevistas e avaliações técnicas, e os estagiários selecionados iniciarão as atividades em janeiro de 2025.

CNU: governo divulga novo calendário, após habilitação de 32 mil novos candidatos à correção de provas

O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) tem novo calendário, fruto de acordo judicial firmado entre a União e o Ministério Público Federal (MPF), que habilitou mais 32.360 candidatos à correção da prova discursiva. Eles precisarão passar por etapas previstas na seleção, que já foram cumpridas pelos candidatos habilitados anteriormente. O grupo mais antigo continua na disputa. O resultado final agora está previsto para 11 de fevereiro.

O crescimento do grupo de habilitados ocorre principalmente por conta da garantia, no acordo judicial, de correção das provas discursivas de candidatos concorrendo a vagas reservadas para negros que atingiram a nota mínima em quantidade equivalente a dos candidatos de ampla concorrência. Também acontece devido à decisão de evitar a eliminação dos candidatos que, no cartão-resposta do CPNU, deixaram de preencher um dos campos que permitia identificar o grupo de prova realizado.

O acordo judicial ainda permite a retificação dos editais dos blocos 4 e 5 do CNU para o cargo de analista técnico de políticas sociais, incluindo a prova de títulos como etapa classificatória com equivalência de pesos para o mesmo cargo do bloco 2.

Confira o novo calendário

Divulgação dos resultados das provas objetivas para os candidatos incluídos: 25 de novembro de 2024 Envio de títulos: 4 e 5 de dezembro de 2024 Análise de títulos: 6 de dezembro de 2024 até 10 de janeiro de 2025 Divulgação das notas preliminares das provas discursivas e redações: 9 de dezembro de 2024 Interposição de eventuais pedidos de revisão das notas das provas discursiva e redações: 9 e 10 de dezembro de 2024 Divulgação do resultado dos pedidos de revisão das notas das provas discursivas e redações: 20 de dezembro de 2024 Convocação para o procedimento de verificação da condição declarada para concorrer às vagas reservadas aos candidatos negros: 23 de dezembro de 2024 Perícia médica (avaliação biopsicossocial) dos candidatos que se declararem com deficiência: 6 a 10 de janeiro de 2024 Procedimento de verificação da condição declarada para concorrer às vagas reservadas aos candidatos negros e indígenas: 11 e 12 de janeiro Resultado preliminar da avaliação de títulos: 15 de janeiro de 2025 Prazo para interposição de eventuais recursos quanto ao resultado preliminar da avaliação de títulos: 15 e 16 de janeiro de 2025 Divulgação dos resultados preliminares da avaliação da veracidade da autodeclaração prestada por candidatos concorrentes às vagas reservadas para negros e indígenas e da avaliação biopsicossocial dos candidatos que se declararem com deficiência: 17 de janeiro de 2025 Prazo para interposição de eventuais recursos quanto aos resultados preliminares da avaliação da veracidade da autodeclaração prestada por candidatos concorrentes às vagas reservadas para negros e indígenas e da avaliação biopsicossocial dos candidatos que se declararem com deficiência: 17 e 18 de janeiro Divulgação do resultado dos pedidos de revisão das notas da avaliação de títulos: 11 de fevereiro Previsão de divulgação dos resultados finais: 11 de fevereiro

O acordo foi firmado no Núcleo Central de Conciliação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Para o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), este “reafirma a continuidade e integridade do CPNU, com a conclusão das etapas previstas em tempo hábil de forma a garantir o provimento célere dos cargos públicos vagos”.

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A força do cliente-influenciador na hotelaria

A força do cliente-influenciador na hotelaria ()

Em tempos de transformação digital acelerada é preciso estar atento a todas as inovações e tendências trazidas para as atividades profissionais mais diversas. A hotelaria é um dos segmentos nos quais estamos presenciando a inserção de novas tendências comportamentais e tecnológicas com maior velocidade.

Uma das constatações baseadas em estudos recentes revela que 57% dos usuários que buscam produtos e serviços na web rejeitam o simples uso de banco de imagens e entendem que estes devem ser substituídos por mídias geradas por pessoas reais. Adotar uma comunicação baseada em conteúdos genéricos em seu plano de mídia não atrai, não promove engajamento e por consequência não vende!

O desafio está posto, já que mesmo redes hoteleiras de maior porte não conseguem renovar constantemente seu conteúdo digital na velocidade exigida. O que de fato promove engajamento são as imagens de experiências reais, de pessoas de verdade que espontaneamente divulgam o negócio sem receberem nada por isso. Um filão a ser explorado com assertividade e inteligência pelo segmento com a mais absoluta certeza.

Hoje em dia, viajantes podem personalizar todos os aspectos das férias dos seus sonhos e até mesmo de suas viagens a trabalho. Como resultado do aumento da variedade de opções, eles desenvolveram maneiras de filtrar as muitas opções ofertadas no amplo mercado de hospitalidade.

No entanto, em comparação com os produtos físicos, os negócios orientados para a experiência e centrados no cliente, como hotéis, são mais difíceis para os viajantes quantificarem seu custo x benefício. Por exemplo, eles podem ver um produto pessoalmente em uma loja antes de optarem pela compra. Porém, eles não podem testar um hotel antes de reservar. Por este motivo eles procuram pistas para ajudá-los na tomada de decisão – O que outras pessoas sentiram, disseram e postaram online. Em suma, eles procuram conteúdo gerado pelo usuário (UGC – sigla em inglês para: User Generated Content). Falei um pouco sobre isso em meu painel no recente Encontro da Hotelaria em Araxá acerca dos “skills” necessários para o gestor hoteleiro nos tempos atuais e futuros.

Comercializar eficazmente seu hotel online requer a adoção de estratégias corretas. Se você ainda não está usando conteúdos gerados por usuários para impulsionar o marketing do seu hotel, recomendo que invista tempo e recursos nisso. Veremos o que é UGC e porque um hotel deve usá-lo em seus esforços de marketing. Os viajantes valorizam a opinião de outros viajantes, por isso confiam no conteúdo que estes publicam.

O poder do conteúdo gerado pelo usuário

O conteúdo gerado pelo usuário refere-se a qualquer conteúdo, como texto, vídeos, imagens e avaliações criadas pelos clientes e não pelo hotel. Desde qualquer imagem postada nas redes sociais de hóspedes desfrutando de suas instalações até vídeos mostrando o apartamento etc.

Criado pelos hóspedes, o UGC é visto como muitas vezes mais confiável do que o conteúdo institucional do hotel sendo que 79% dos compradores online dizem que o conteúdo gerado pelo usuário tem significativo impacto em suas decisões de compra. Como resultado, usar o UGC é uma maneira fácil de obter-se conteúdos novos e autênticos com o mínimo de esforço, ao mesmo tempo parecendo ser mais confiável. Em última análise, usar o UGC em sua estratégia pode ajudá-lo a aumentar a conversão do seu site, melhorando sua reputação e inspirando confiança nos hóspedes futuros em potencial.

Pensando nisso a Alma Lab Idea & Performance, muito mais que uma agência, mas um Hub de negócios com múltiplas soluções para campanhas digitais, desenvolveu um inovador e pioneiro projeto para a RCI Férias Brasil (Resorts Condominium International) que pertence ao Wyndham Group oferecendo mais de 600 mil hotéis e 4.200 resorts em todo mundo para escolha de hospedagem e outros serviços em sistema de uso de pontos após associação à plataforma.

O programa denominado Sócio-Influencer foi lançado em agosto deste ano e foi concebido com base no “insight” da aptidão do brasileiro para ser influenciador, cujo universo total estima-se, atinja a casa de 13 milhões de usuários conectados às principais redes sociais com pelo menos 1.000 seguidores cada. “A RCI, líder mundial em serviços de viagens de propriedade compartilhada decidiu aproveitar este comportamento para lançar este programa de recompensas inédito e com isso alavancar vendas no Brasil, para isso realizamos uma análise profunda deste mercado e suas amplas potencialidades” afirma Alexandre Lage – publicitário e head da Alma Lab sediada em São Paulo.

O programa, que poderá ser estendido a toda América Latina, têm uma dinâmica simples. Aos postar uma foto ou vídeo de sua experiência no Instagram e marcar a RCI @rciferiasbrasil o sócio já está concorrendo a um voucher de R$ 500,00 para utilizar na Amazon. O prêmio será concedido por uma comissão julgadora isenta que avaliará os melhores conteúdos postados trazendo assim o associado à condição de protagonista após ter se disposto a ser um facilitador da empresa. Ao final da campanha o melhor conteúdo de todos será escolhido por meio de votação popular para um prêmio especial. “A influência hoje é mandatória na venda de serviços de lazer e vamos evidenciar isso no timeshare (tempo compartilhado)” diz Marcel Petroff – sócio da Alma Lab.

Os hotéis presentes nas mídias sociais provavelmente já têm muitos conteúdos gerados por usuários. Eles precisam verificar se foram marcados nos mesmos e pedir permissão para utilizá-los em suas campanhas de marketing. Embora as mídias sociais sejam uma das maneiras mais fáceis de obter conteúdo visual gerado pelo usuário, elas não são as únicas. Abaixo, abordaremos algumas maneiras de coletar UGC de hóspedes.

Transformando clientes em embaixadores

Para incentivar os hóspedes a gerarem conteúdo nas mídias sociais, é preciso criar uma hashtag da marca, compartilhando essa hashtag em todas as páginas. No entanto, para dar um passo adiante, o hotel deve instalar pequenas placas com sua marca, e para tirar máximo proveito, posicionando-os junto aos locais mais fotografados do hotel.

Pedir aos hóspedes que usem a hashtag sempre que postarem sobre sua estada e marquem a página do meio de hospedagem. Isso ajudará no gerenciamento do conteúdo e facilitará o controle do tipo de conteúdo em que foi marcado. Acompanhar o conteúdo que foi sendo marcado pedindo permissão para compartilhá-lo novamente nas próprias páginas sociais. Além disso, também pedir permissão para usá-lo no site ou em sua publicidade sem deixar de atentar as normativas da LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados. Desta forma clientes se tornam embaixadores – e reconhecê-los compartilhando novamente seu conteúdo os aproximará ainda mais do negócio e aumentará a fidelidade.

Uso de avaliações

Muitas pessoas gostam de deixar comentários sobre os lugares que frequentam. As avaliações não são apenas úteis para melhorar os serviços, mas também atuam como a “prova social” que os hóspedes potenciais buscam nas suas pesquisas. O convite para preenchimento de avaliações via QR Code etc. deve acompanhar uma consulta se os hóspedes permitem que estas sejam compartilhadas no site do hotel. Já as avaliações do TripAdvisor ou no Google Maps podem ser usadas, tanto imagens ou vídeos que seus hóspedes capturaram junto com seus textos. Elas são uma prova poderosa do valor daquilo que oferecido.

Investimento em micro influenciadores

Imagine um hotel que renovou o restaurante ou atualizou seus apartamentos. É preciso ter certeza de que o mundo inteiro saberá disso. A forma tradicional de publicidade pode não parecer autêntica o suficiente. Investir tempo nos micro influenciadores, criadores de conteúdo é fundamental já que 80% das pessoas dizem que estariam mais propensas a comprar se as marcas exibissem o UGC em seus sites. Para aumentar a conversão e criar vínculos mais profundos com seus hóspedes em potencial, é preciso a prova social e conteúdos gerados pelos usuários no portal do hotel. Isso economizará dos visitantes do site o tempo que eles usariam para pesquisar avaliações. Como resultado, eles terão menos distrações e estarão mais propensos a reservar aquele hotel específico mais cedo.

Criar uma história centrada nos hóspedes

Uma maneira inteligente de incorporar o UGC na estratégia é: Contar Uma História – “storytelling” no site sob a perspectiva dos hóspedes. A narrativa pode aumentar a conversão em vendas e contar histórias que, de outra forma, não seriam criadas. Com isso, ajuda-se os hóspedes em potencial a imaginarem como será ficar naquele hotel. Como resultado, a experiência parecerá mais tangível e desejável, criando uma história convincente usando o conteúdo dos hóspedes. Em seguida, inserindo em todos os canais, mídias sociais e em publicidade para uma experiência de narrativa coesa.

O acesso ao UGC oferece conteúdo de credibilidade com baixo ou nenhum custo. Hóspedes não deixam comentários a qualquer momento. Eles precisam ter vivido uma experiência marcante para deixarem comentários sejam eles positivos ou negativos

“O conteúdo gerado pelo usuário deve estar no centro das ações estratégicas na hotelaria. Ele permitirá que os hoteleiros contem suas histórias sob uma perspectiva diferente, melhorará suas reputações e aumentará a confiança que visam inspirar em seus hóspedes”

Maarten Van Sluys (Consultor Estratégico em Hotelaria – MVS Consultoria)

Instagram: mvsluys e-mail: mvsluys@gmail.com WhatsApp: (31) 98756-3754

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Fernanda Torres: ‘Às vezes você sonha que seus filhos te ponham no colo, mas não dá certo. O papel da mãe é segurar’

Uma família com cinco crianças e um cachorro. Uma casa igualmente grande, barulhenta e de frente para o mar. Um entra e sai de amigos, que se espalham por uma espaçosa mesa de jantar. Há muita música, dança e risadas.

O diretor Walter Salles constrói o castelo perfeito para derrubá-lo em seguida em Ainda estou aqui, filme que estreou na quinta-feira (7/11) em todo o Brasil e representará o país na disputa pelas indicações ao Oscar.

A partir de uma tragédia real — o desparecimento do deputado Rubens Paiva pela ditadura militar, em 1971— o filme fala também sobre a impermanência da vida.

“E a vida é incrível, porque às vezes esses momentos de terrível dificuldade acabam formando seu caráter. E é o que eu acho que aconteceu com a Eunice”, diz a atriz Fernanda Torres à BBC News Brasil em uma entrevista por telefone, de Los Angeles.

No longa, Fernanda Torres vive Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, que vê sua vida virar do avesso após o desaparecimento do marido.

O filme ainda conta com uma pequena participação de sua mãe, a atriz Fernanda Montenegro. Mas Fernanda Torres conta que, a princípio, essa participação era muito maior.

Era para a mãe viver Eunice nos últimos anos de sua vida, quando ela foi acometida pelas dificuldades advindas do Alzheimer.

“Mas mamãe disse que não faria, porque era um erro tirar uma atriz e colocar outra”, conta Fernanda Torres. “Por isso, eu fiz meio que no susto. Mas acho que dei conta.”

Mas no fim, as cenas que mostravam a vida de Eunice com a doença acabaram cortadas.

“Tinha uma cena fortíssima que é com a [atriz] Marjorie Estiano [que interpreta uma das filhas do casal, Eliana] levando a Eunice na cadeira de rodas para o Doi-CODI.”

Além de cuidar dos filhos sozinha e lutar para que a morte do marido fosse reconhecida, Eunice Paiva foi estudar direito e tornou-se a maior especialista em direito indígena no país naquela época.

O livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que dá origem ao filme, descreve muito o drama daquela mulher independente que acaba acometida pela doença.

“O grande medo da Eunice era ficar dependente. Por isso, chega uma hora em que ela pede para ser interditada”, conta Fernanda.

“Isso é algo que toda família acaba lidando, se você tiver a sorte de viver muito. E só se aprende vivendo, você não consegue predizer, não é uma coisa do dia para a noite. É sutil.”

Com os cortes, Fernanda Montenegro acaba aparecendo na pele de Eunice, na cena final. Por isso, o filme também é o reencontro de Walter Salles com a atriz, quase 30 anos após as filmagens de Central do Brasil.

Aclamado pela crítica, o longa levou o Brasil ao tapete vermelho do Oscar, consagrando Fernanda Montenegro como a primeira mulher latino-americana a disputar uma estatueta por melhor atriz.

Mas ela acabou perdendo para Gwyneth Paltrow, de Shakespeare Apaixonado.

Agora, Ainda estou aqui pode levar novamente o Brasil a disputar uma inédita estatueta.

Premiado pelo roteiro no Festival de Veneza, o longa foi escolhido para representar o Brasil nas indicações para a disputa do Oscar, que serão conhecidas no dia 17 de janeiro de 2025.

A expectativa com a cerimônia, que ocorre no dia 2 de março, é alta. Mas para Fernanda, o mais importante é levar os brasileiros de volta às salas de cinema. “Eu adoraria que fosse um filme que trouxesse o público de volta para o cinema no Brasil”, diz.

“Na pandemia, todo mundo comprou uma TV imensa, então, para algo te tirar de casa e fazer você ir até o cinema, tem que ser algo que desperte curiosidade, uma certa urgência de ver.”

Segundo ela, Ainda estou aqui é um filme “sobre o Brasil e para o Brasil”. “Você pode ser de esquerda, de direita, de centro, não importa, eu tenho certeza que vai te tocar em um lugar diferente, eu vi isso em todos os países por onde o filme passou.”

Em campanha pelos festivais e para que o filme chegue a disputar o Oscar, Fernanda passará o resto do mês de novembro em Los Angeles.

“Nos últimos cinco meses, eu devo ter passado cinco dias no Brasil”, conta.

“Ainda bem que meus filhos já estão grandes, porque senão não sei como seria.”

Assim como Eunice Paiva, que teve cinco filhos, a maternidade está muito presente na vida de Fernanda.

Ela teve dois filhos com o diretor Andrucha Waddington, que já tinha outros dois meninos quando eles se conheceram.

“Esse lado mãe da Eunice, eu tenho também”, diz.

“E Eunice lembra muito mamãe, por ter essa inteligência da mulher dos anos 70, que, de certa forma, eu acho que herdei também.”

No filme, Eunice acaba criando sozinha os cinco filhos, que ainda eram crianças quando o pai foi levado.

Em uma das cenas, ela é forçada a dizer que “mamãe não está triste” e enxugar as lágrimas quando é perguntada por uma das filhas por que ela estava triste.

“A mãe, de certa maneira, tem que dar uma segurada mesmo”, diz, para depois ponderar.

“Às vezes você sonha que seus filhos te ponham no colo, mas quando você tenta, acaba não dando muito certo (risos). Toda mãe já teve isso: você tenta chorar para que seu filho tenha pena de você, mas, geralmente, eles não têm, e eu acho que esse é o papel da mãe mesmo, estar ali para segurar.”

Essa muralha na qual Eunice se transforma é marcada o tempo todo no filme.

Em uma das cenas, ela ordena que os filhos sorriam em um retrato para a revista Manchete, enquanto o marido está desaparecido, depois que o repórter pede uma feição “triste”.

“Não adianta sentar na calçada e chorar, porque os deuses não terão pena de você”, resume Fernanda, sobre a energia vital de Eunice Paiva.

Caso de Rubens Paiva está parado no Supremo

A morte de Rubens Paiva foi reconhecida somente 40 anos depois dele ter sido assassinado pelos militares.

No entanto, até hoje os culpados pelo crime não foram responsabilizados.

Foi por meio de um trabalho de investigação realizado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que apontou os suspeitos de terem participado do assassinato do deputado.

Com base no relatório da CNV, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou, em 2014, cinco ex-integrantes do sistema de repressão da ditadura militar pelo assassinato e ocultação do cadáver do deputado: José Antonio Nogueira Belham, Rubens Paim Sampaio, Jurandyr Ochsendorf e Souza, Jacy Ochsendorf e Souza e Raymundo Ronaldo Campos.

As acusações incluíam homicídio doloso, ocultação de cadáver, associação criminosa armada e fraude processual.

A Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou a denúncia, que foi posteriormente confirmada pelo Tribunal Regional da 2ª Região.

Mas a defesa dos réus pediu um habeas corpus, negado pelo Tribunal Regional Federal. O caso chegou então ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, por meio do ministro Teori Zavascki, concedeu uma liminar em 2014, paralisando o processo.

O ministro Alexandre de Moraes herdou os processos pendentes de Zavascki após a sua morte em 2017 em decorrência de um acidente de avião. Após seis anos sem movimentação, no mês passado Moraes pediu que a Procuradoria Geral da República se manifeste sobre o caso.

Dos cinco militares acusados pelo crime, três já morreram.

Marido de Eliana, Adriano Ricco deixa o ‘Masked singer’ e não trabalhará com a esposa: ‘Outros projetos’

Diretor do “The masked singer” desde a primeira temporada, Adriano Ricco não estará no comando do reality show que será apresentado desta vez por Eliana, a própria esposa dele. Procurada pelo EXTRA, a TV Globo explica que o profissional está envolvido em “outros projetos”, que acabaram coincidindo com as gravações da nova leva de episódios do formato e, por isso, “não foi possível conciliar”.

É que para este ano, a emissora prepara um especial para o fim deste ano com Eliana e os mascarados. E as gravações foram antecipadas para este mês de novembro. Neste mesmo período, a apresentadora já vai fazer a temporada 2025 da atração.

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Veja fotos de Eliana e o marido, Adriano Ricco

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Casal está junto desde 2014

Outras novidades estão previstas para a temporada 2025 do “The masked singer Brasil”. Tony Ramos e o cantor Belo serão parte do júri, ao lado de Sabrina Sato e Tatá Werneck. Além disso, como revelado no evento “Upfront”, todas as fantasias serão inspiradas em grandes personagens da dramaturgia da TV Globo, como uma forma de homenagem aos 60 anos da emissora.

Eliana e Ricco estão juntos desde 2014

Eliana e Adriano Ricco se conheceram em 2014, quando passaram o ano novo juntos em Miami, nos Estados Unidos. Na época, eles foram apresentados por Ariel Jacobowitz, então diretor do programa da loira, no SBT. O namoro só foi vingar mesmo meses depois. A “demora” em assumir publicamente o romance se deu porque a apresentadora tinha terminado recentemente o casamento com o produtor musical João Marcello Bôscoli, com quem teve o primeiro filho, Arthur.

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Em 2017, a artista deu à luz Manuela, filha fruto do relacionamento com Adriano. Antes disso, Eliana não sabia se conseguiria engravidar. Ela chegou a sofrer um aborto espontâneo e dividiu com o marido os receios por não conseguir aumentar a família.

“Eu tive um aborto, eu perdi, antes da Manu. E eu achei que eu não ia engravidar mais. Até falei para o Adriano na época: ‘Olha, eu já tenho quarenta e poucos anos e eu acho que, numa boa, se você quer ser pai, eu diria para você buscar outro caminho, por mais que a gente se ame, tudo e tal…Por que eu acho que não vai rolar”, revelou a apresentadora à Thais Fersoza.

Na época, a artista disse que a reação de Ricco fortaleceu a relação.

“Mesmo amando, deixar ir às vezes é importante. Naquele momento, foi uma decisão difícil para mim, mas: ‘Se for melhor para você, vai’. E aí ele resolveu ficar, e a gente ficou bem, feliz, etc. Porque acho que, quando você passa por uma perda dessas, ela mexe muito com o emocional do casal. É muito difícil, não é fácil. Na época, eu ouvi uma coisa tão bacana dele que me motivou a permanecer na relação com mais amor ainda. Foi quando ele disse que, independentemente de eu poder ou não ter filho, ele me amava e queria seguir comigo. Aquilo me motivou mesmo. Foi muito forte para mim”.

Quem é Adriano Ricco

Filho do colunista Flávio Ricco, Adriano Ricco, de 46 anos, é jornalista de formação, está na Globo há 17 anos, após passagens pela Record, Band, RedeTV e TV Manchete. Ele já foi diretor de diferentes atrações, como “Caldeirão do Huck”, “Tá brincando” e “Domingão do Faustão”. Atualmente, ele está à frente do “Altas horas”, de Serginho Groisman.

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Governo federal prepara reforma administrativa

O governo federal pretende fazer uma ampla reforma administrativa, com a construção de uma nova legislação que venha substituir o Decreto-Lei 200/1967. O decreto foi instituído durante a ditadura cívico-militar (1964-1985) e que ainda hoje “dispõe sobre a organização da administração federal”. O propósito, segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), é tornar a legislação compatível com a Constituição Federal.

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Para isso, o MGI e a Advocacia Geral da União (AGU) criaram uma comissão formada por mais de uma dezena de especialistas, entre juristas, servidores públicos, pesquisadores e acadêmicos. O grupo tem até abril de 2025, doze meses após a instalação da comissão, para elaborar a proposta de revisão do decreto-lei. As informações são da Agência Brasil.

Além da encomenda na alteração do decreto, já com 57 anos, o MGI editou em agosto uma portaria fixando diretrizes das carreiras do serviço público (Portaria MGI 5.127). A norma estabelece princípios e orientações gerais que os órgãos públicos deverão seguir para apresentar as suas propostas de reestruturação de cargos, carreiras e planos.

“Ela é o primeiro instrumento normativo desde a Lei 8.112 de 1990”, enfatiza José Celso Cardoso Jr., secretário de Gestão de Pessoas do MGI, em referência ao Estatuto do Servidor.

Medidas

Em entrevista à Agência Brasil, Cardoso Jr. confirma que “o governo federal já está fazendo uma reforma administrativa na prática”. Segundo ele, a reforma está “em ação” desde 2023 e ocorre “por meio de uma série de medidas de natureza infraconstitucional e incremental que já vem sendo adotadas, para melhorar a estrutura e as formas de funcionamento da administração pública”.

Para o secretário, iniciativas somadas como o concurso público nacional unificado e a realização do dimensionamento da força de trabalho, para quantificar e definir os perfis mais adequados de servidores, e as novas normas para aperfeiçoamento da política nacional de desenvolvimento de pessoas “configuram uma reforma administrativa já em andamento.”

PEC 32

A realização da reforma administrativa foi anunciada pela equipe de transição do atual governo em dezembro de 2022. Na avaliação de especialistas, a reforma em andamento é mais abrangente do que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 32, apresentada em setembro de 2020 ao Congresso Nacional, e chegou a ser aprovada em comissão especial da Câmara dos Deputados, mas que não foi levada à votação no Plenário por falta de apoio.

“Politicamente, era uma coisa que não fazia sentido ali”, opina o cientista político Leonardo Barreto que acompanha o dia a dia do Parlamento há mais de duas décadas.

A professora e pesquisadora no Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), Michelle Fernandez, assinala que a PEC 32 “nasceu obsoleta” e “tem um objetivo estritamente fiscal, de diminuição de gastos. Portanto, não olha para a atuação do Estado. A existência do servidor público é para atender a sociedade e colocar de pé políticas públicas”.

“A PEC 32 trata dos funcionários públicos. Olha para uma pequena fatia do funcionamento do Estado”, opina Sheila Tolentino, pós-doutora em Ciência Política, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e integrante da comissão de especialistas que discute a legislação para substituir o Decreto-Lei nº 200. Segundo ela, o país precisa fazer a reforma administrativa “olhando para o serviço que é entregue à população.”

Representantes dos servidores públicos ouvidos pela Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados no final do ano passado alertaram aos parlamentares que a PEC 32 poderia afetar a impessoalidade das contratações na administração pública, terceirizar carreiras permanentes em áreas como saúde, educação e assistência social, e dificultar as investigações de casos de corrupção que hoje são apurados por servidores com estabilidade.

Contas públicas

Entidades empresarias, como a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), defendem que a PEC 32 poderia gerar economia e impactar na diminuição da dívida pública.

Para o sociólogo Félix Garcia Lopes Jr., pesquisador do Ipea, visões fiscalistas de setores empresariais partem de premissas erradas, como, por exemplo, a de que ocorre aumento de gasto público com servidores.

“A trajetória ao longo do tempo mostra que nunca tivemos crescimento excessivo do número de servidores ou inchaço da máquina pública. Isso está documentado”, diz o pesquisador, citando dados do Atlas do Estado Brasileiro (Ipea), estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e análise recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Os dados nesses estudos mostram que há no Brasil cerca de 11 milhões de servidores públicos, menos de 13% do número de trabalhadores do país. Proporção menor do que dos países mais desenvolvidos que formam a OCDE (20,8%).

Seis de cada dez servidores brasileiros trabalham para as prefeituras (6,5 milhões de funcionários públicos). Três de cada dez servidores têm vínculo com os governos estaduais (3,4 milhões de funcionários).

O maior contingente de servidores municipais e estaduais é formado por professores, profissionais da saúde e o pessoal da segurança pública, três categorias que fazem atendimento direto à população.

O restante de servidores públicos, 1,2 milhão de pessoas, é ligado à União, desses 570 mil estão na ativa. No nível federal, o maior contingente é de professores universitários. Os maiores salários estão concentrados no Poder Judiciário e no Poder Legislativo. Nos últimos cinco anos, diminuiu o número de servidores federais civis.

Visões concorrentes

Félix Garcia aponta para “um certo paradoxo” nas percepções coletivas da sociedade brasileira. Há visões concorrentes como a de que “o Estado pode estar muito grande, inchado, e que a burocracia é excessiva” e ao mesmo tempo que os cidadãos “querem mais serviços públicos, mais médicos, mais professores, querem mais políticas de bem-estar”.

“Nesses episódios de crise, como vimos na pandemia, fica evidente quão central é a burocracia pública para atacar problemas coletivos”, acrescenta Michelle Fernandez, do Instituto de Ciência Política da UnB. Ela lembra que as empresas privadas também demandam uma administração pública bem estruturada.

“A burocracia nasce associada à necessidade de racionalidade econômica do setor privado, porque ela permite previsibilidade”.

De acordo com Sheila Tolentino, pesquisadora do Ipea, por trás das medidas em discussão no governo não está “uma simples redução de gasto”.

“O corte, em si, não traz os ganhos necessários para o futuro. O que precisamos construir para o futuro? Capacidade. Isso é o que precisamos construir”, resume.

Na próxima quinta-feira (dia 24), em Brasília, a comissão de especialistas que discute a legislação para substituir o Decreto-Lei 200 se reúne para discutir inovação e controle na administração pública. O evento poderá ser acompanhado em tempo real.

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