Provas de títulos: veja o que conta nesta etapa das seleções públicas

Amanhã, os candidatos do Concurso Nacional Unificado (CNU) deverão conhecer suas notas (exceto as do bloco 4, por força de liminar) e, se aprovados, eles serão convocados ao envio de documentos para a avaliação de títulos — cujo peso varia de 5% a 10%, nos casos em que esse critério conta. Mas o trabalho de separação dos documentos comprobatórios deve começar antes. O prazo para a entrega dos comprovantes vai até quinta-feira, dia 10. Portanto, o tempo é curto para solicitar um documento a uma instituição de ensino, órgão ou empresa na qual tenha trabalhado.

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— Você não é eliminado se não enviar os documentos, mas perde a chance dos pontos (da avaliação de títulos) — diz o professor do Gran Concursos Eduardo Cambuy: — O melhor momento para você separar seus títulos é assim que os adquire. Se você se formou, se certificou, já faz o documento de comprovação, tira duas, três cópias autenticadas e deixa em casa. No caso de o candidato ter de comprovar a experiência em um órgão no qual trabalhou, leva até quatro dias somente para alguém responder. Por isso, tem que pedir sempre antes.

Os editais dos concursos são as guias dos candidatos para saberem o que conta ponto em cada caso e os documentos que precisarão entregar. As regras do CNU sofreram modificações na última semana, e é preciso conferi-las novamente, pois haverá mais rigidez na comprovação de diplomas e experiências. Outra novidade é que todas as vagas do Bloco 8 – Nível Intermediário passarão a contar com essa etapa.

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As provas de títulos em concursos de nível médio e técnico são raras, de acordo com Cambuy e com a professora Gabriela Marques de Paula, da Degrau Cultural.

— A prova de títulos como etapa avaliativa se iniciou nos concursos da Magistratura e do Ministério Público. Porém, em pouco tempo, passou a integrar o cronograma dos mais variados certames — acrescenta Gabriela: — Não é uma etapa obrigatória em todos os concursos públicos. Tudo depende do certame e do nível de especificidade de cada cargo.

O que vale ponto, como comprovar e o peso de cada diploma ou experiência para a nota do CNU podem ser encontrados no Anexo VI dos editais de cada bloco do concurso, no site do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

‘Funciona como uma análise curricular’

Na prática, segundo Gabriela de Paula, “a etapa funciona como uma análise curricular”. Há alguns tipos de títulos geralmente validados em concursos públicos:

— No Brasil, os títulos que contam dominantemente são os acadêmicos: geralmente, certificados de lato-sensu, como especialização ou MBA, ou stricto-sensu, como mestrado ou doutorado — destaca Antonio Batista da Silva Oliveira, coordenador do mestrado em Administração Pública da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

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Eduardo Cambuy sugere:

— Uma informação legal é que alguns concursos permitem acumular as especializações. Então, você pode apresentar um mestrado ou um doutorado, mas, às vezes, até duas ou três especializações. Com isso, pode valer mais a pena o candidato fazer especializações porque, digamos, se você tem 20 pontos de mestrado e dez pontos de especialização, podendo acumular duas especializações, o candidato ganha, pois o custo-benefício pode ser melhor.

Há outros dois grupos de títulos que contam em alguns concursos: participação em congressos e publicações de artigos, além de experiência profissional. É mais raro, mas a aprovação em concursos anteriores também pode valor pontos.

A avaliação de títulos é uma etapa do concurso, em geral, de caráter classificatório e não eliminatório. No entanto, pode ser decisiva para a chamada imediata ou para ficar num cadastro de reserva. Os títulos equivalem, em geral, a de 10% a 15% da nota em carreiras mais técnicas. Mas as universidades e os institutos de pesquisa tendem a valorizar mais quem é mestre ou doutor. Os títulos acadêmicos podem chegar a 20 pontos, o que equivale a até 25% da prova.

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